O inefável Presidente venezuelano, Hugo Chávez, convidou a Rússia a instalar bases militares na Venezuela. O convite foi feito na reunião entre os dois chefes de Estado – Hugo Chávez e Dmitri Medvedev –, em Moscovo. O convite vem no seguimento da recusa russa sobre a instalação de um escudo anti-míssil americano na República Checa e na Polónia.
O Presidente venezuelano revela uma enorme propensão para a asneira e tem manifestas dificuldades em conter a retórica irascível que tanto agrada a uma determinada esquerda. Regozijam-se os eternos “inimigos” dos EUA que vêem em Hugo Chávez uma espécie de paladino da luta contra o imperialismo. Depois do fim da União Soviética, do afastamento de Fidel Castro, da mistura insólita de capitalismo selvagem com ortodoxia comunista na China, dos sucessos relativos em matéria económica de países da América do Sul como o caso do Brasil e do Chile que se afastaram de ideologias anacrónicas, resta apenas Chávez para gáudio de uma certa esquerda.
Quanto ao convite de Chávez não há muito a acrescentar. O Presidente Venezuelano está no seu direito de convidar quem bem entenda para ocupar o seu território com mísseis, também está no seu direito trazer à colação reminiscências da Guerra Fria, com a famigerada crise dos mísseis em Cuba. Quanto à assertividade destas posições, essa parece-me inexistente. É sobejamente conhecida a animosidade sentida por Chávez em relação aos EUA, sobretudo em relação ao actual Presidente norte-americano. Mas imiscuir-se numa questão que simplesmente não lhe diz respeito, alinhando com países cujo poderio económico e militar está ainda longe de ser equiparável ao americano, parece ser uma posição pouco sensata.
Em abono da verdade, a sensatez não faz parte da lógica que comanda Hugo Chávez. O líder venezuelano utiliza uma pretensa apologia da revolução bolivariana para justificar as suas acções. De facto, as acções de Chávez são, frequentemente, erráticas. Este episódio do convite venezuelano é sintomático da insensatez que subjaz às políticas do Presidente Venezuelano. E sublinhe-se que não foi a Rússia que procurou o apoio venezuelano para lidar com a questão dos mísseis, foi o Presidente venezuelano que se antecipou.
Por muito que haja quem pugne silenciosamente pelo regresso da Guerra Fria, a verdade é que a generalidade dos líderes mundiais são sensatos e relativamente moderados. O Presidente Bush, por outro lado, está prestes a abandonar o cargo, ficando, aliás, por se perceber de que forma é que muitos arautos do antiamericanismo vão ocupar o seu tempo; em particular se Barack Obama for eleito.
Enfim, o Presidente venezuelano deveria preocupar-se com a situação interna do seu país, designadamente no que diz respeito à utilização do dinheiro oriundo do petróleo. Na verdade, Chávez tem encetado um esforço louvável no sentido de acabar com a corrupção e a pobreza no seu país. Seria profícuo para os cidadãos venezuelanos que o seu Presidente continuasse empenhado nessas lutas. Sendo certo, no entanto, que as políticas adoptadas baseadas em nacionalizações e domínio excessivo do Estado relativamente à economia poderão ser contra-producentes.
A Guerra Fria pertence ao passado; apesar de algum enfraquecimento dos EUA verificado nos últimos anos, os EUA ainda são a potência mundial cujo poderio militar, económico e tecnológico não é comparável ao da Rússia. E até Hugo Chávez sabe disso muito bem. Continua, porém, a gostar de ser o centro das atenções – o petróleo serve muito bem os seus intentos. Resta saber o que fazer quando o ouro negro cessar de ter a importância estratégica que, hoje, todos reconhecemos.
O Presidente venezuelano revela uma enorme propensão para a asneira e tem manifestas dificuldades em conter a retórica irascível que tanto agrada a uma determinada esquerda. Regozijam-se os eternos “inimigos” dos EUA que vêem em Hugo Chávez uma espécie de paladino da luta contra o imperialismo. Depois do fim da União Soviética, do afastamento de Fidel Castro, da mistura insólita de capitalismo selvagem com ortodoxia comunista na China, dos sucessos relativos em matéria económica de países da América do Sul como o caso do Brasil e do Chile que se afastaram de ideologias anacrónicas, resta apenas Chávez para gáudio de uma certa esquerda.
Quanto ao convite de Chávez não há muito a acrescentar. O Presidente Venezuelano está no seu direito de convidar quem bem entenda para ocupar o seu território com mísseis, também está no seu direito trazer à colação reminiscências da Guerra Fria, com a famigerada crise dos mísseis em Cuba. Quanto à assertividade destas posições, essa parece-me inexistente. É sobejamente conhecida a animosidade sentida por Chávez em relação aos EUA, sobretudo em relação ao actual Presidente norte-americano. Mas imiscuir-se numa questão que simplesmente não lhe diz respeito, alinhando com países cujo poderio económico e militar está ainda longe de ser equiparável ao americano, parece ser uma posição pouco sensata.
Em abono da verdade, a sensatez não faz parte da lógica que comanda Hugo Chávez. O líder venezuelano utiliza uma pretensa apologia da revolução bolivariana para justificar as suas acções. De facto, as acções de Chávez são, frequentemente, erráticas. Este episódio do convite venezuelano é sintomático da insensatez que subjaz às políticas do Presidente Venezuelano. E sublinhe-se que não foi a Rússia que procurou o apoio venezuelano para lidar com a questão dos mísseis, foi o Presidente venezuelano que se antecipou.
Por muito que haja quem pugne silenciosamente pelo regresso da Guerra Fria, a verdade é que a generalidade dos líderes mundiais são sensatos e relativamente moderados. O Presidente Bush, por outro lado, está prestes a abandonar o cargo, ficando, aliás, por se perceber de que forma é que muitos arautos do antiamericanismo vão ocupar o seu tempo; em particular se Barack Obama for eleito.
Enfim, o Presidente venezuelano deveria preocupar-se com a situação interna do seu país, designadamente no que diz respeito à utilização do dinheiro oriundo do petróleo. Na verdade, Chávez tem encetado um esforço louvável no sentido de acabar com a corrupção e a pobreza no seu país. Seria profícuo para os cidadãos venezuelanos que o seu Presidente continuasse empenhado nessas lutas. Sendo certo, no entanto, que as políticas adoptadas baseadas em nacionalizações e domínio excessivo do Estado relativamente à economia poderão ser contra-producentes.
A Guerra Fria pertence ao passado; apesar de algum enfraquecimento dos EUA verificado nos últimos anos, os EUA ainda são a potência mundial cujo poderio militar, económico e tecnológico não é comparável ao da Rússia. E até Hugo Chávez sabe disso muito bem. Continua, porém, a gostar de ser o centro das atenções – o petróleo serve muito bem os seus intentos. Resta saber o que fazer quando o ouro negro cessar de ter a importância estratégica que, hoje, todos reconhecemos.
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