O PS, PCP e Bloco de Esquerda manifestaram o seu profundo desagrado com a ideia de se criar um Museu Salazar, no seguimento das intenções da Câmara Municipal de Santa Comba Dão. O protesto tem o seu fundamento, mas mais do que isso não se consegue perceber muito bem que tipo de museu seria, e qual seria o seu conteúdo. Estes partidos políticos alertam para o perigo do local se tornar destino de peregrinação e da possibilidade de existir um qualquer culto da personalidade.
Com efeito, a existência de um Museu dedicado exclusivamente a Salazar parece uma ideia sem grande nexo. Se estivéssemos a falar de um museu sobre o período do Estado Novo, já faria algum sentido, agora um Museu dedicado exclusivamente à figura de Salazar não é seguramente uma ideia feliz.
A possibilidade de Santa Comba Dão se tornar um local de peregrinação não é, apesar de tudo, assim tão rebuscada. De facto, em alturas de maior crise social, de maior descrença em relação ao regime político e aos partidos políticos, o extremismo tende a conhecer novos terrenos para se proliferar. Por outro lado, a ideia de que poucos adularão a imagem de Salazar pode não ser exactamente verdade; não foi fruto de uma infeliz coincidência que esta figura tenha saído vencedora de um concurso de televisão que contava com os votos dos telespectadores.
De uma forma geral, não se deve exacerbar as consequências de um hipotético Museu erigido a Salazar, mas também não se deve cair no facilitismo de desvalorizar por completo essas mesmas consequências. Afinal de contas, Salazar ainda anda na boca de muita gente, e não se trata apenas de uma minoria que pretende exaltar a imagem do Presidente do Conselho.
Em síntese, os tempos são manifestamente conturbados – caracterizados pela incerteza no futuro, pela perda de valores e referências e pelo total descrédito no regime e, muito em particular, numa classe política incapaz de dar respostas às angústias dos cidadãos. Este contexto é favorável ao recrudescimento de movimentos – que não têm necessariamente de ser de natureza política – que adulam o extremismo, saudosistas de um passado, amiúde, mal explicado, iludidos por uma ideia falsa de um homem providencial.
Com efeito, a existência de um Museu dedicado exclusivamente a Salazar parece uma ideia sem grande nexo. Se estivéssemos a falar de um museu sobre o período do Estado Novo, já faria algum sentido, agora um Museu dedicado exclusivamente à figura de Salazar não é seguramente uma ideia feliz.
A possibilidade de Santa Comba Dão se tornar um local de peregrinação não é, apesar de tudo, assim tão rebuscada. De facto, em alturas de maior crise social, de maior descrença em relação ao regime político e aos partidos políticos, o extremismo tende a conhecer novos terrenos para se proliferar. Por outro lado, a ideia de que poucos adularão a imagem de Salazar pode não ser exactamente verdade; não foi fruto de uma infeliz coincidência que esta figura tenha saído vencedora de um concurso de televisão que contava com os votos dos telespectadores.
De uma forma geral, não se deve exacerbar as consequências de um hipotético Museu erigido a Salazar, mas também não se deve cair no facilitismo de desvalorizar por completo essas mesmas consequências. Afinal de contas, Salazar ainda anda na boca de muita gente, e não se trata apenas de uma minoria que pretende exaltar a imagem do Presidente do Conselho.
Em síntese, os tempos são manifestamente conturbados – caracterizados pela incerteza no futuro, pela perda de valores e referências e pelo total descrédito no regime e, muito em particular, numa classe política incapaz de dar respostas às angústias dos cidadãos. Este contexto é favorável ao recrudescimento de movimentos – que não têm necessariamente de ser de natureza política – que adulam o extremismo, saudosistas de um passado, amiúde, mal explicado, iludidos por uma ideia falsa de um homem providencial.
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