Depois do Diário de Notícias ter noticiado os elevados encargos com gestores públicos, seria a altura para se analisar a iniquidade que isso representa e, como não podia deixar de ser, o impacto que essas elevadas remunerações têm no erário público. O Governo, contudo, não parece disposto a encetar essa discussão, e mais: a forma como o Executivo reagiu prenuncia a manutenção deste estado de coisas.
Na verdade, a perpetuação de empresas públicas cujos administradores, alguns não-executivos, auferem salários elevados e são ainda beneficiários de outras regalias, não deixa de ter repercussões na opinião pública. Ora, quando o Governo não resistiu em fazer de várias classes profissionais inimigos públicos – os professores talvez sejam o melhor exemplo – e, simultaneamente permite que gestores, alguns deles maus gestores, beneficiem de regalias e de elevadas remunerações, algo vai mal na cabeça de quem nos governa.
A questão é simples: se o Governo se propõe a arrumar a casa (leia-se: a Função Pública), não se pode dar ao luxo de arrumar apenas algumas áreas dessa casa, permitindo que noutras reine a bandalheira. Ao agir dessa forma, cria situações de injustiça e impede que o funcionamento da casa seja eficaz. Recomenda-se, portanto, ao Governo que seja, no mínimo coerente.
Por outro lado, não é admissível que se exija aos cidadãos que sejam estes os principais pagadores de uma crise que não foi criada pelos mesmos, enquanto a despesa engrossa com iniquidades como aquelas que proliferam em empresas públicas. Também neste particular, o Governo é incoerente, para não ir mais longe na escolha de palavras.
Importa igualmente não esquecer o seguinte: quando existem diferenças salariais desmesuradas entre cidadãos, gera-se um clima de injustiça. E tudo se torna mais grave quando isso é visível em empresas de capital público, cujos gestores prestam um mau serviço às mesmas empresas. São sobejamente conhecidos os casos de empresas públicas que geram prejuízos, mas que ainda assim são generosas com os seus administradores. De um modo geral, sabemos que os mercados estão longe da moralidade, mas a política não pode estar, e é aos políticos que se exige maior rectidão e maior sentido ético. Estas iniquidades minam as sociedades e estão longe de contribuir para qualquer coesão social. Um dia essa factura será paga. De que forma? Da melhor possível (leia-se: pacífica), espera-se.
Na verdade, a perpetuação de empresas públicas cujos administradores, alguns não-executivos, auferem salários elevados e são ainda beneficiários de outras regalias, não deixa de ter repercussões na opinião pública. Ora, quando o Governo não resistiu em fazer de várias classes profissionais inimigos públicos – os professores talvez sejam o melhor exemplo – e, simultaneamente permite que gestores, alguns deles maus gestores, beneficiem de regalias e de elevadas remunerações, algo vai mal na cabeça de quem nos governa.
A questão é simples: se o Governo se propõe a arrumar a casa (leia-se: a Função Pública), não se pode dar ao luxo de arrumar apenas algumas áreas dessa casa, permitindo que noutras reine a bandalheira. Ao agir dessa forma, cria situações de injustiça e impede que o funcionamento da casa seja eficaz. Recomenda-se, portanto, ao Governo que seja, no mínimo coerente.
Por outro lado, não é admissível que se exija aos cidadãos que sejam estes os principais pagadores de uma crise que não foi criada pelos mesmos, enquanto a despesa engrossa com iniquidades como aquelas que proliferam em empresas públicas. Também neste particular, o Governo é incoerente, para não ir mais longe na escolha de palavras.
Importa igualmente não esquecer o seguinte: quando existem diferenças salariais desmesuradas entre cidadãos, gera-se um clima de injustiça. E tudo se torna mais grave quando isso é visível em empresas de capital público, cujos gestores prestam um mau serviço às mesmas empresas. São sobejamente conhecidos os casos de empresas públicas que geram prejuízos, mas que ainda assim são generosas com os seus administradores. De um modo geral, sabemos que os mercados estão longe da moralidade, mas a política não pode estar, e é aos políticos que se exige maior rectidão e maior sentido ético. Estas iniquidades minam as sociedades e estão longe de contribuir para qualquer coesão social. Um dia essa factura será paga. De que forma? Da melhor possível (leia-se: pacífica), espera-se.
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