A poucos meses das eleições americanas, e sem ainda se conseguir vislumbrar o vencedor das eleições, o candidato Barack Obama é, sem qualquer dúvida, o que mais interesse desperta na imprensa europeia. E se dúvidas há, nada como folhear os principais jornais e revistas de vários países europeus.
O interesse justifica-se com as características do candidato e, claro, com o facto de ser afro-americano. Mas não podemos dissociar o interesse revelado pelo candidato democrata com o falhanço clamoroso da actual Administração Bush. Os erros cometidos pela ainda presidência e os resultados desastrosos não deixam outra alternativa que não passe pela esperança do próximo presidente ser diametralmente oposto ao actual.
Hoje, intensificam-se as previsões do agravamento da instabilidade no Médio Oriente, designadamente graças a uma espécie de guerra-fria que se verifica que entre o Irão e Israel. O legado do ainda Presidente Bush condiciona a próxima presidência. De facto, mesmo que Barack Obama acene com a retirada das tropas americanas do Iraque, ele sabe que essa retirada só será possível quando se verificarem as condições mínimas de estabilização do país. O seu opositor, John McCain, tem sobre esta questão uma perspectiva mais realista, embora revele, por vezes, uma tendência para o mais absurdo exacerbamento – a ideia de que, se for necessário, as tropas americanas ficam no Iraque por mais cem anos é absurda. McCain tem vindo a ceder nesta matéria, percebendo a necessidade de reforçar o contingente militar no Afeganistão. Aliás, esta semana não foi a melhor para o candidato republicano que já reconhece a possibilidade de encurtar o prazo de retirada das tropas do Iraque.
O peso do legado do actual Presidente acaba por dar origem a uma vaga de esperança que é depositada no candidato que está mais longe, ideologicamente e não só, do ainda Presidente americano. Esse candidato é, indubitavelmente, Barack Obama.
Nestas condições, é natural que Obama tenha a visibilidade que tem na Europa, não só por razões que se prendem com o facto de estar muito afastado da actual presidência, mas também com a questão de se tratar do primeiro afro-americano a ter reais possibilidades de se tornar Presidente dos Estados Unidos. Além do mais, a comunicação social europeia sempre se interessou pelos candidatos democratas à Casa Branca. Contudo, a importância que é dada a Barack Obama é inaudita.
Se Obama for eleito Presidente – o que me parece ser uma hipótese muito plausível – surge também a possibilidade do Senador do Illinois desiludir muita gente que deposita em si toda a esperança dos Estados Unidos enveredarem por novos caminhos na sua política externa. É aqui que parece haver um equívoco: mesmo que Barack Obama seja eleito Presidente, a política externa americana vai continuar na linha do que tem sido feito, ou seja: os interesses dos EUA são sempre prevalecentes. E é com essa premissa em mente que qualquer um dos candidatos vai exercer o cargo de Presidente, mesmo que se trate de Barack Obama. Ora, é isto que acaba por escapar à análise de muitos que hoje esperam que Obama venha a ser o próximo Presidente dos EUA.
Em contraste, é claro que Barack Obama, caso vença as eleições, vai-se destacar da actual presidência. Mas em traços gerais, toda a política externa americana guia-se pela salvaguarda dos interesses americanos. E isso não vai mudar com Barack Obama.
O interesse justifica-se com as características do candidato e, claro, com o facto de ser afro-americano. Mas não podemos dissociar o interesse revelado pelo candidato democrata com o falhanço clamoroso da actual Administração Bush. Os erros cometidos pela ainda presidência e os resultados desastrosos não deixam outra alternativa que não passe pela esperança do próximo presidente ser diametralmente oposto ao actual.
Hoje, intensificam-se as previsões do agravamento da instabilidade no Médio Oriente, designadamente graças a uma espécie de guerra-fria que se verifica que entre o Irão e Israel. O legado do ainda Presidente Bush condiciona a próxima presidência. De facto, mesmo que Barack Obama acene com a retirada das tropas americanas do Iraque, ele sabe que essa retirada só será possível quando se verificarem as condições mínimas de estabilização do país. O seu opositor, John McCain, tem sobre esta questão uma perspectiva mais realista, embora revele, por vezes, uma tendência para o mais absurdo exacerbamento – a ideia de que, se for necessário, as tropas americanas ficam no Iraque por mais cem anos é absurda. McCain tem vindo a ceder nesta matéria, percebendo a necessidade de reforçar o contingente militar no Afeganistão. Aliás, esta semana não foi a melhor para o candidato republicano que já reconhece a possibilidade de encurtar o prazo de retirada das tropas do Iraque.
O peso do legado do actual Presidente acaba por dar origem a uma vaga de esperança que é depositada no candidato que está mais longe, ideologicamente e não só, do ainda Presidente americano. Esse candidato é, indubitavelmente, Barack Obama.
Nestas condições, é natural que Obama tenha a visibilidade que tem na Europa, não só por razões que se prendem com o facto de estar muito afastado da actual presidência, mas também com a questão de se tratar do primeiro afro-americano a ter reais possibilidades de se tornar Presidente dos Estados Unidos. Além do mais, a comunicação social europeia sempre se interessou pelos candidatos democratas à Casa Branca. Contudo, a importância que é dada a Barack Obama é inaudita.
Se Obama for eleito Presidente – o que me parece ser uma hipótese muito plausível – surge também a possibilidade do Senador do Illinois desiludir muita gente que deposita em si toda a esperança dos Estados Unidos enveredarem por novos caminhos na sua política externa. É aqui que parece haver um equívoco: mesmo que Barack Obama seja eleito Presidente, a política externa americana vai continuar na linha do que tem sido feito, ou seja: os interesses dos EUA são sempre prevalecentes. E é com essa premissa em mente que qualquer um dos candidatos vai exercer o cargo de Presidente, mesmo que se trate de Barack Obama. Ora, é isto que acaba por escapar à análise de muitos que hoje esperam que Obama venha a ser o próximo Presidente dos EUA.
Em contraste, é claro que Barack Obama, caso vença as eleições, vai-se destacar da actual presidência. Mas em traços gerais, toda a política externa americana guia-se pela salvaguarda dos interesses americanos. E isso não vai mudar com Barack Obama.
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