Depois de uma semana conturbada e caracterizada pela paralisação dos camionistas, o país parece regressar a uma normalidade que mais não
é do que superficial. De facto, outras classes profissionais se seguirão nos protestos contra o aumento no preço dos combustíveis – os jornais já noticiam movimentações de taxistas e agricultores. A ideia subjacente a esses eventuais protestos prende-se precisamente com as dificuldades de sectores que dependem largamente do preço dos combustíveis, e se o Governo atendeu às revindicações do sector dos transportes pesados de mercadorias, é natural que outros sectores se virem para o Estado a pedir ajuda. Era expectável que essa situação acontecesse.
Por outro lado, a normalidade e a acalmia que regressam depois de dias atribulados, poderá ser manchada pelos protestos de outros cidadãos que olham com cada vez maior interesse para um esquerda cheia de reclamações e vazia de soluções. Com efeito, o aumento das taxas de juro, o aumento da taxa de inflação, a escalada no preço dos combustíveis, e ainda o encarecimento de produtos alimentares, reduzem dramaticamente a margem de muitas famílias. A isto acrescente-se a reduzida criação de emprego, o facto do desemprego se ter instalado na vida de cidadãos outrora árduos trabalhadores, em particular desempregados mais velhos, e a precariedade do emprego, e constata-se facilmente que a combinação é perfeita para o aproveitamento político e consequente crescimento dos partidos situados mais à esquerda do espectro político.
Embora seja evidente que esses partidos se encontrem desprovidos de soluções ou caminhos para ultrapassar os efeitos de uma crise que não é responsabilidade do Governo, a verdade é que as sondagens indicam um crescimento acentuado do PCP e do Bloco de Esquerda em matéria de intenções de voto.
Ora, o crescimento inusitado destes partidos nas sondagens indicia que o tal restabelecimento da normalidade é ilusório. Já há algum tempo que o país vive situações de alguma anormalidade mais ou menos evidente – o episódio dos camionistas foi apenas uma parte mais visível dessa anormalidade. Os episódios que tornam visível essa anormalidade serão certamente mais visíveis, perante a revelação da incapacidade do Governo em atenuar os efeitos de uma crise que veio para ficar. Resta saber por quanto tempo.
é do que superficial. De facto, outras classes profissionais se seguirão nos protestos contra o aumento no preço dos combustíveis – os jornais já noticiam movimentações de taxistas e agricultores. A ideia subjacente a esses eventuais protestos prende-se precisamente com as dificuldades de sectores que dependem largamente do preço dos combustíveis, e se o Governo atendeu às revindicações do sector dos transportes pesados de mercadorias, é natural que outros sectores se virem para o Estado a pedir ajuda. Era expectável que essa situação acontecesse.
Por outro lado, a normalidade e a acalmia que regressam depois de dias atribulados, poderá ser manchada pelos protestos de outros cidadãos que olham com cada vez maior interesse para um esquerda cheia de reclamações e vazia de soluções. Com efeito, o aumento das taxas de juro, o aumento da taxa de inflação, a escalada no preço dos combustíveis, e ainda o encarecimento de produtos alimentares, reduzem dramaticamente a margem de muitas famílias. A isto acrescente-se a reduzida criação de emprego, o facto do desemprego se ter instalado na vida de cidadãos outrora árduos trabalhadores, em particular desempregados mais velhos, e a precariedade do emprego, e constata-se facilmente que a combinação é perfeita para o aproveitamento político e consequente crescimento dos partidos situados mais à esquerda do espectro político.
Embora seja evidente que esses partidos se encontrem desprovidos de soluções ou caminhos para ultrapassar os efeitos de uma crise que não é responsabilidade do Governo, a verdade é que as sondagens indicam um crescimento acentuado do PCP e do Bloco de Esquerda em matéria de intenções de voto.
Ora, o crescimento inusitado destes partidos nas sondagens indicia que o tal restabelecimento da normalidade é ilusório. Já há algum tempo que o país vive situações de alguma anormalidade mais ou menos evidente – o episódio dos camionistas foi apenas uma parte mais visível dessa anormalidade. Os episódios que tornam visível essa anormalidade serão certamente mais visíveis, perante a revelação da incapacidade do Governo em atenuar os efeitos de uma crise que veio para ficar. Resta saber por quanto tempo.
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