Estes dias têm sido caracterizados pela paulatina paralisação do país que começou com os protestos de camionistas que não se coibiram de exercer ameaças a colegas, incorrendo também noutros excessos. É inconcebível o estado a que o país chegou, ficando refém de uma classe profissional, não obstante a validade ou não das suas reivindicações.
Deste modo, o Governo acabou por ceder a algumas reivindicações do sector, pelo menos da ANTRAM. Alguns camionistas mantêm o protesto e provavelmente outros sectores profissionais vão solicitar ao Governo aquilo a que muitos acharão que têm direito. O risco de o Governo abrir uma caixa de Pandora não é uma hipótese a excluir.
Por outro lado, não se pode passar ao lado de uma crítica a um conjunto de cidadãos que, embora estejam no seu direito de protestar, raras vezes cumpriram a lei, com o claro beneplácito das autoridades. Este também é um mau precedente; afinal, não é com chantagens, com arremesso de pedras, e com ameaças que se resolvem os problemas.
Dito isto, censura-se a actuação do Governo que foi marcada pela inércia, num primeiro momento, e mesmo depois de se perceber que era necessária mais autoridade do Estado; e, num segundo momento, verifica-se a tentação de ceder, esvaziando-se, assim, o discurso de que não se poderia beneficiar alguns e prejudicar muitos.
Segundo muitas análises, este foi um teste importante ao Governo. Resultado? O Governo claramente chumbou nesta matéria, pelas razões já invocadas. Chumbou porque permitiu, consequência da sua inércia, que o país andasse, durante dias, a reboque das reivindicações de um grupo profissional, enquanto a generalidade dos portugueses para além de sofrer as consequências das paralisações, ainda vai ter de pagar a factura que advirá, naturalmente, do resultado das negociações entre as partes.
Refira-se que todo este episódio é lamentável. E embora se compreenda as dificuldades que o sector atravessa, as medidas que o Governo provavelmente tomará mais não serão do que um paliativo. São necessárias, pelo contrário, medidas de fundo que permitam a modernização das empresas, com especial atenção para as de pequena dimensão, que naturalmente têm maiores dificuldades, e fundamentalmente apoiar o sector de forma sustentável, sublinhando a inevitabilidade do preço do petróleo continuar a subir e procurando formas de melhor garantir a eficácia das empresas.
Além disso, as soluções têm de ser pensadas a nível europeu. Outros países da UE atravessam os mesmos problemas. O Governo português mostrou claramente uma rara inépcia para lidar com este tipo de situações que poderão não se esgotar nestes protestos. Afinal o aumento do preço do petróleo dificilmente dará tréguas.
Em síntese, espera-se que sejam encontradas soluções que garantam a sustentabilidade do sector e que possam trazer alguma acalmia ao país. A resistência à mudança, porém, será um claro obstáculo a ultrapassar. Entretanto o país afunda-se numa paralisação como há muito não se via.
Deste modo, o Governo acabou por ceder a algumas reivindicações do sector, pelo menos da ANTRAM. Alguns camionistas mantêm o protesto e provavelmente outros sectores profissionais vão solicitar ao Governo aquilo a que muitos acharão que têm direito. O risco de o Governo abrir uma caixa de Pandora não é uma hipótese a excluir.
Por outro lado, não se pode passar ao lado de uma crítica a um conjunto de cidadãos que, embora estejam no seu direito de protestar, raras vezes cumpriram a lei, com o claro beneplácito das autoridades. Este também é um mau precedente; afinal, não é com chantagens, com arremesso de pedras, e com ameaças que se resolvem os problemas.
Dito isto, censura-se a actuação do Governo que foi marcada pela inércia, num primeiro momento, e mesmo depois de se perceber que era necessária mais autoridade do Estado; e, num segundo momento, verifica-se a tentação de ceder, esvaziando-se, assim, o discurso de que não se poderia beneficiar alguns e prejudicar muitos.
Segundo muitas análises, este foi um teste importante ao Governo. Resultado? O Governo claramente chumbou nesta matéria, pelas razões já invocadas. Chumbou porque permitiu, consequência da sua inércia, que o país andasse, durante dias, a reboque das reivindicações de um grupo profissional, enquanto a generalidade dos portugueses para além de sofrer as consequências das paralisações, ainda vai ter de pagar a factura que advirá, naturalmente, do resultado das negociações entre as partes.
Refira-se que todo este episódio é lamentável. E embora se compreenda as dificuldades que o sector atravessa, as medidas que o Governo provavelmente tomará mais não serão do que um paliativo. São necessárias, pelo contrário, medidas de fundo que permitam a modernização das empresas, com especial atenção para as de pequena dimensão, que naturalmente têm maiores dificuldades, e fundamentalmente apoiar o sector de forma sustentável, sublinhando a inevitabilidade do preço do petróleo continuar a subir e procurando formas de melhor garantir a eficácia das empresas.
Além disso, as soluções têm de ser pensadas a nível europeu. Outros países da UE atravessam os mesmos problemas. O Governo português mostrou claramente uma rara inépcia para lidar com este tipo de situações que poderão não se esgotar nestes protestos. Afinal o aumento do preço do petróleo dificilmente dará tréguas.
Em síntese, espera-se que sejam encontradas soluções que garantam a sustentabilidade do sector e que possam trazer alguma acalmia ao país. A resistência à mudança, porém, será um claro obstáculo a ultrapassar. Entretanto o país afunda-se numa paralisação como há muito não se via.
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