Esta expressão está a marcar o dia de Portugal e foi proferida pelo Presidente da República, em Viana do Castelo. A gaffe foi considerada inadmissível pelo Bloco de Esquerda e do PCP. De facto, a expressão faz-nos regressar a outros tempos menos recomendáveis, mais salazaristas.
A expressão “dia da raça” é, sem margem para dúvidas, infeliz; não só por ser utilizada num período histórico que não deixou saudades, embora haja quem contrarie esta ideia, mas essencialmente porque a expressão em si é infeliz por conter a ideia de existir uma raça portuguesa implicitamente superior, o que justificaria a sua comemoração.
O Presidente da República terá cometido uma gaffe, é certo, mas fê-lo, provavelmente, de forma não intencional. O Bloco de Esquerda e o Partido Comunista estão no seu direito de manifestarem a sua indignação, mas deviam abster-se de fazer desta questão o centro das comemorações do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
Com efeito, quer o Bloco de Esquerda quer o PCP agradecem a polémica porque esta sempre lhes traz visibilidade – o que justifica o exacerbamento da indignação dos membros destes partidos; quanto maior a visibilidade, melhor. E se por um lado, a frase proferida pelo Presidente não terá sido a mais feliz, por outro, as reacções destes dois partidos de esquerda acabam por não serem consonantes com a a situação; pelo contrário, o BE e o PCP exageram, como é habitual, nas reacções.
Importa ter presente que nenhum de nós está a salvo de cometer gaffes e lapsos. Consequentemente, não valerá a pena dar a esta questão o empolamento que o BE e o PCP pretendem dar. Os membros do PCP, e particularmente do BE, agem como fossem de uma perfeição divina, sempre prontos a atacar tudo e todos, mas incapazes de fazerem a respectiva análise interna que os seus partidos bem mereciam. De resto, vale a pena olhar para um PCP encerrado na mais abstrusa ortodoxia, um partido hermético ainda amante das “purgas”, em muitos aspectos pouco democrático; e um Bloco de Esquerda que é uma espécie de arauto das virtudes, denunciador da corrupção e dos maus vícios dos políticos, mas paralelamente, assiste-se à metamorfose política do vereador Sá Fernandes, outrora um político “diferente” e agora um político do sistema.
Em síntese, o Presidente da República cometeu uma gaffe infeliz que acabou por marcar negativamente o dia de Portugal. Por isso, talvez não fosse má ideia uma declaração para acabar com a polémica. Mas o aproveitamento do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista não é propriamente a melhor opção destes partidos que querem fazer passar a ideia de serem verdadeiros baluartes de virtudes e que passam o tempo a criticar, com exagerada veemência, as palavras e a conduta dos outros. Um pouco mais de decoro e humildade nunca fizeram mal a ninguém.
A expressão “dia da raça” é, sem margem para dúvidas, infeliz; não só por ser utilizada num período histórico que não deixou saudades, embora haja quem contrarie esta ideia, mas essencialmente porque a expressão em si é infeliz por conter a ideia de existir uma raça portuguesa implicitamente superior, o que justificaria a sua comemoração.
O Presidente da República terá cometido uma gaffe, é certo, mas fê-lo, provavelmente, de forma não intencional. O Bloco de Esquerda e o Partido Comunista estão no seu direito de manifestarem a sua indignação, mas deviam abster-se de fazer desta questão o centro das comemorações do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
Com efeito, quer o Bloco de Esquerda quer o PCP agradecem a polémica porque esta sempre lhes traz visibilidade – o que justifica o exacerbamento da indignação dos membros destes partidos; quanto maior a visibilidade, melhor. E se por um lado, a frase proferida pelo Presidente não terá sido a mais feliz, por outro, as reacções destes dois partidos de esquerda acabam por não serem consonantes com a a situação; pelo contrário, o BE e o PCP exageram, como é habitual, nas reacções.
Importa ter presente que nenhum de nós está a salvo de cometer gaffes e lapsos. Consequentemente, não valerá a pena dar a esta questão o empolamento que o BE e o PCP pretendem dar. Os membros do PCP, e particularmente do BE, agem como fossem de uma perfeição divina, sempre prontos a atacar tudo e todos, mas incapazes de fazerem a respectiva análise interna que os seus partidos bem mereciam. De resto, vale a pena olhar para um PCP encerrado na mais abstrusa ortodoxia, um partido hermético ainda amante das “purgas”, em muitos aspectos pouco democrático; e um Bloco de Esquerda que é uma espécie de arauto das virtudes, denunciador da corrupção e dos maus vícios dos políticos, mas paralelamente, assiste-se à metamorfose política do vereador Sá Fernandes, outrora um político “diferente” e agora um político do sistema.
Em síntese, o Presidente da República cometeu uma gaffe infeliz que acabou por marcar negativamente o dia de Portugal. Por isso, talvez não fosse má ideia uma declaração para acabar com a polémica. Mas o aproveitamento do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista não é propriamente a melhor opção destes partidos que querem fazer passar a ideia de serem verdadeiros baluartes de virtudes e que passam o tempo a criticar, com exagerada veemência, as palavras e a conduta dos outros. Um pouco mais de decoro e humildade nunca fizeram mal a ninguém.
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