Barack Obama anunciou que é o candidato democrata às eleições presidenciais de 4 de Novembro deste ano. O momento é histórico, não só por se tratar do primeiro afro-americano a chegar às eleições para a presidência americana, mas fundamentalmente por Barack Obama ter saído vencedor de umas primárias democratas como provavelmente nunca se vira nos EUA e por ter conseguido mobilizar o partido e os Americanos de forma absolutamente inédita, restaurando as esperanças de um povo deprimido. O mérito pertence todo a Barack Obama.
O discurso de mudança de Obama é um sinal de esperança para um país que sofreu um retrocesso, a vários níveis, na última década. Barack Obama tem ainda o mérito de ter conseguido destronar a outra candidata democrata, Hillary Clinton, que desde o primeiro momento era vista como a candidata favorita. O senador do Illinois, visivelmente um outsider, tem reconhecidamente vários méritos e deu provas, durante esta exaustiva campanha interna, de que é alguém em que os Americanos poderão depositar a sua confiança, representando um virar de página fundamental para o país.
Paralelamente, a candidatura de Hillary Clinton teve os seus momentos menos positivos, assim como Obama também teve os seus constrangimentos; mas no essencial, Hillary Clinton demonstrou ter uma força inexorável para lutar, nunca abdicando de dar ênfase a um extenso rol de projectos para o país, designadamente no que diz respeito a questões relacionadas com a pobreza e os cuidados de saúde. Não obstante as críticas ao desempenho de Clinton, quando esta era primeira-dama, no que diz respeito ao sistema iníquo de saúde em vigor nos Estados Unidos, a verdade é que a primeira-dama na altura terá feito uma tentativa sem qualquer precedente nos anos subsequentes para minorar essa iniquidade.
De um modo geral, ambas as candidaturas tiveram o condão de enriquecer o debate político nos EUA. Fica ainda por se perceber o futuro imediato de Clinton. A possibilidade de um “dream ticket” poderia ser de uma enorme proficuidade para as aspirações democratas. De facto, Obama e Clinton poderiam fazer a dupla ideal contra John McCain e seu ainda desconhecido vice-presidente (fala-se na possibilidade de Condeleeza Rice). Seguramente que um “ticket” serenaria os ânimos democratas. Relembre-se que o confronto entre Obama e Clinton foi amiúde marcado pela crispação que originou uma divisão do partido. Não esquecer o afastamento do voto “hispânico” que Hillary conseguirá assegurar.
Assim, a candidatura conjunta de Obama, na qualidade de candidato à presidência americana, e de Hillary Clinton a secundá-lo, no lugar da vice-presidência, seria benéfico. Embora a campanha interna do partido democrata tenha tido momentos menos felizes e de grande confronto, a verdade é que os últimos discursos quer de Obama quer de Clinton são marcados por uma aproximação entre os dois. Ora, os elogios de parte a parte, e o reconhecimento, embora não formal, de Clinton de que Obama será exímio no desempenho de funções presidenciais, poderão ser indiciadores de uma aproximação que se poderá traduzir no “dream ticket”. Esse cenário é promissor para o partido democrata. A senadora do Estado de Nova Iorque, durante um discurso a um poderoso “lobby” judeu, foi mais contundente na ideia de Barack Obama como presidente. E a madrugada do dia de ontem foi marcado por discursos de ambos candidatos em que os elogios mútuos foram uma constante, talvez mais por parte de Obama.
Seja como for, os Americanos sentem a urgência de mudar o rumo do país, e não vêem a hora de ultrapassarem este longo período marcado pelos erros da Administração Bush. Com efeito, parece-me bastante plausível a possibilidade de o mundo assistir a uma verdadeira mudança na Casa Branca. E é desejável que assim seja.
Necessitaríamos não de mais um texto, mas de um livro extenso, apenas para enumerar o vasto rol de asneiras da Administração Bush que resultam num descontentamento transversal de toda a sociedade americana. Mas a não resolução de uma guerra (sem fundamento) que teve elevados custos para os Estados Unidos – custos humanos, económicos e geopolíticos, com a crescente perda de influência da política americana no mundo –, o aumento da pobreza e as crescentes dificuldades da classe média e o aumento das desigualdades consequência de uma política errática levada a cabo pelos republicanos, são apenas algumas razões para fortalecerem a candidatura de Barack Obama e, espera-se, de Hillary Clinton. Nos próximos dias saberemos se há ou não “dream ticket”.
O discurso de mudança de Obama é um sinal de esperança para um país que sofreu um retrocesso, a vários níveis, na última década. Barack Obama tem ainda o mérito de ter conseguido destronar a outra candidata democrata, Hillary Clinton, que desde o primeiro momento era vista como a candidata favorita. O senador do Illinois, visivelmente um outsider, tem reconhecidamente vários méritos e deu provas, durante esta exaustiva campanha interna, de que é alguém em que os Americanos poderão depositar a sua confiança, representando um virar de página fundamental para o país.
Paralelamente, a candidatura de Hillary Clinton teve os seus momentos menos positivos, assim como Obama também teve os seus constrangimentos; mas no essencial, Hillary Clinton demonstrou ter uma força inexorável para lutar, nunca abdicando de dar ênfase a um extenso rol de projectos para o país, designadamente no que diz respeito a questões relacionadas com a pobreza e os cuidados de saúde. Não obstante as críticas ao desempenho de Clinton, quando esta era primeira-dama, no que diz respeito ao sistema iníquo de saúde em vigor nos Estados Unidos, a verdade é que a primeira-dama na altura terá feito uma tentativa sem qualquer precedente nos anos subsequentes para minorar essa iniquidade.
De um modo geral, ambas as candidaturas tiveram o condão de enriquecer o debate político nos EUA. Fica ainda por se perceber o futuro imediato de Clinton. A possibilidade de um “dream ticket” poderia ser de uma enorme proficuidade para as aspirações democratas. De facto, Obama e Clinton poderiam fazer a dupla ideal contra John McCain e seu ainda desconhecido vice-presidente (fala-se na possibilidade de Condeleeza Rice). Seguramente que um “ticket” serenaria os ânimos democratas. Relembre-se que o confronto entre Obama e Clinton foi amiúde marcado pela crispação que originou uma divisão do partido. Não esquecer o afastamento do voto “hispânico” que Hillary conseguirá assegurar.
Assim, a candidatura conjunta de Obama, na qualidade de candidato à presidência americana, e de Hillary Clinton a secundá-lo, no lugar da vice-presidência, seria benéfico. Embora a campanha interna do partido democrata tenha tido momentos menos felizes e de grande confronto, a verdade é que os últimos discursos quer de Obama quer de Clinton são marcados por uma aproximação entre os dois. Ora, os elogios de parte a parte, e o reconhecimento, embora não formal, de Clinton de que Obama será exímio no desempenho de funções presidenciais, poderão ser indiciadores de uma aproximação que se poderá traduzir no “dream ticket”. Esse cenário é promissor para o partido democrata. A senadora do Estado de Nova Iorque, durante um discurso a um poderoso “lobby” judeu, foi mais contundente na ideia de Barack Obama como presidente. E a madrugada do dia de ontem foi marcado por discursos de ambos candidatos em que os elogios mútuos foram uma constante, talvez mais por parte de Obama.
Seja como for, os Americanos sentem a urgência de mudar o rumo do país, e não vêem a hora de ultrapassarem este longo período marcado pelos erros da Administração Bush. Com efeito, parece-me bastante plausível a possibilidade de o mundo assistir a uma verdadeira mudança na Casa Branca. E é desejável que assim seja.
Necessitaríamos não de mais um texto, mas de um livro extenso, apenas para enumerar o vasto rol de asneiras da Administração Bush que resultam num descontentamento transversal de toda a sociedade americana. Mas a não resolução de uma guerra (sem fundamento) que teve elevados custos para os Estados Unidos – custos humanos, económicos e geopolíticos, com a crescente perda de influência da política americana no mundo –, o aumento da pobreza e as crescentes dificuldades da classe média e o aumento das desigualdades consequência de uma política errática levada a cabo pelos republicanos, são apenas algumas razões para fortalecerem a candidatura de Barack Obama e, espera-se, de Hillary Clinton. Nos próximos dias saberemos se há ou não “dream ticket”.
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