As palavras poderiam ser de um qualquer membro da oposição, mas na realidade pertencem ao primeiro-ministro. Este é um daqueles raros momentos em que o primeiro-ministro foi transparente e foi ele próprio, não se escondendo por detrás da artificialidade a que já nos habitou. É certo, porém, que o primeiro-ministro já nos tinha brindado anteriormente com a sua verdadeira pessoa, mas esses momentos foram marcados pela irascibilidade, e este foi antes marcado pela sinceridade das palavras de José Sócrates.
O chefe de Governo proferiu estas palavras no Parlamento, como forma de resposta à moção de censura interposta pelo PCP contra a proposta do Governo sobre o Código do Trabalho. As palavras exactas do primeiro-ministro foram “Há motivos de sobra para censurar o Governo”… mas o que o PCP agora evoca “são os errados”. Contextualizando o discurso de José Sócrates, reconhece-se e elogia-se o esforço do primeiro-ministro no sentido de ser verdadeiro com o país.
Pena foi não ver a ministra da Educação, o ministro da Justiça, e outros ministros a subscreverem as palavras do primeiro-ministro. Ora, acaba por ser injusto que tenha sido apenas o primeiro-ministro a revelar a verdade, sem o apoio inequívoco de quem tem incomensurável responsabilidade na matéria e que tem dado ao país motivos de sobra para censurar o Governo.
Mas vamos a factos. Que motivos existem para censurar o Governo? A melhor pessoa para responder a essa questão seria, por exemplo, a ministra da Educação que condena o país à mediocridade; ou o ministro da Justiça que é insuperável na sua nulidade. Estes são alguns dos protagonistas do fracasso do actual Governo, e subsequentemente do fracasso do país. Há seguramente motivos de sobra para censurar o Governo.
Mas há mais: o clima de algum asfixiamento de liberdades individuais foi, até certo ponto, fomentado pelo Governo. Consequentemente, existe aqui mais um motivo para censurar (palavra curiosa) o Governo. A qualidade da democracia portuguesa não foi consolidada com a ajuda do actual Executivo que confundiu maioria absoluta com autoritarismo e arrogância, e que se esqueceu que governar não é apenas fazer gestão de dinheiros públicos.
E, finalmente, há motivos de censura quando se verifica que os cidadãos estão cada vez mais pobres e quando se percebe que o Governo é responsável pelo notório enfraquecimento da classe média. E aliada a essas dificuldades surge a inexistência de uma esperança colectiva no futuro do país. Há seguramente motivos de sobra para censurar o Governo quando é visível que os portugueses não saem da crise, por muito que se transmita a ideia de que essa crise já passou. As dificuldades crescentes dos portugueses não são apenas consequência da acção do Governo – existe toda uma conjuntura externa desfavorável –, mas há motivos de sobra para censurar o Governo porque este exigiu tudo dos portugueses e em troca apresenta um país praticamente na mesma, ou seja um país a resvalar para a inviabilidade. Vai-nos valendo, contudo, estes rasgos de sinceridade do primeiro-ministro.
O chefe de Governo proferiu estas palavras no Parlamento, como forma de resposta à moção de censura interposta pelo PCP contra a proposta do Governo sobre o Código do Trabalho. As palavras exactas do primeiro-ministro foram “Há motivos de sobra para censurar o Governo”… mas o que o PCP agora evoca “são os errados”. Contextualizando o discurso de José Sócrates, reconhece-se e elogia-se o esforço do primeiro-ministro no sentido de ser verdadeiro com o país.
Pena foi não ver a ministra da Educação, o ministro da Justiça, e outros ministros a subscreverem as palavras do primeiro-ministro. Ora, acaba por ser injusto que tenha sido apenas o primeiro-ministro a revelar a verdade, sem o apoio inequívoco de quem tem incomensurável responsabilidade na matéria e que tem dado ao país motivos de sobra para censurar o Governo.
Mas vamos a factos. Que motivos existem para censurar o Governo? A melhor pessoa para responder a essa questão seria, por exemplo, a ministra da Educação que condena o país à mediocridade; ou o ministro da Justiça que é insuperável na sua nulidade. Estes são alguns dos protagonistas do fracasso do actual Governo, e subsequentemente do fracasso do país. Há seguramente motivos de sobra para censurar o Governo.
Mas há mais: o clima de algum asfixiamento de liberdades individuais foi, até certo ponto, fomentado pelo Governo. Consequentemente, existe aqui mais um motivo para censurar (palavra curiosa) o Governo. A qualidade da democracia portuguesa não foi consolidada com a ajuda do actual Executivo que confundiu maioria absoluta com autoritarismo e arrogância, e que se esqueceu que governar não é apenas fazer gestão de dinheiros públicos.
E, finalmente, há motivos de censura quando se verifica que os cidadãos estão cada vez mais pobres e quando se percebe que o Governo é responsável pelo notório enfraquecimento da classe média. E aliada a essas dificuldades surge a inexistência de uma esperança colectiva no futuro do país. Há seguramente motivos de sobra para censurar o Governo quando é visível que os portugueses não saem da crise, por muito que se transmita a ideia de que essa crise já passou. As dificuldades crescentes dos portugueses não são apenas consequência da acção do Governo – existe toda uma conjuntura externa desfavorável –, mas há motivos de sobra para censurar o Governo porque este exigiu tudo dos portugueses e em troca apresenta um país praticamente na mesma, ou seja um país a resvalar para a inviabilidade. Vai-nos valendo, contudo, estes rasgos de sinceridade do primeiro-ministro.
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