A discussão sobre o novo acordo ortográfico tem-se caracterizado pela exposição de todo o tipo de argumentos, mas talvez aquele que seja mais singular esteja relacionado com o negócio que o acordo representa para os países envolvidos, designadamente para Portugal.
Com efeito, os defensores do acordo têm advogado o interesse que Portugal terá – numa perspectiva a raiar o mercantilismo – em fazer parte integrante de um acordo que visa alterar a ortografia da língua portuguesa. Dizem-nos que o acordo é um bom negócio para Portugal, mais não seja porque o Brasil acabará por ditar o caminho da língua portuguesa. Consequentemente, é com este derrotismo anunciado que nos dizem que é melhor aceitar o acordo, não obstante a sua ratificação ser já um facto consumado.
Fica de fora desta linha de argumentação derrotista – outros dirão realista – o impacto que as alterações ortográficas terão na língua e de que forma, exceptuando o argumento que postula o “bom negócio para Portugal”, é que os portugueses sairão beneficiados com o acordo ortográfico. Seria, por conseguinte, de uma enorme proficuidade que se alinhavasse o discurso a favor ou contra o acordo com estes elementos à cabeça
Note-se ainda que enquadrar as alterações consumadas na ortografia portuguesa numa lógica de negócio é, no mínimo, de mau gosto. A língua, parte integrante da cultura e identidade dos povos, não pode ser tratada dessa forma, através de argumentos obtusos encerrados numa lógica de negócio.
É curioso verificar que muitos defensores do acordo ortográfico e, simultaneamente, defensores da tese do “bom negócio para Portugal”, sejam os mesmos que se insurgem abertamente contra o mundo globalizado em que vivemos, e no qual tudo se vende e tudo se compra – um mundo desprovido de valores e princípios em que impera a ditadura dos mercados. Ora, quando se apregoa que este acordo é um bom negócio para Portugal, mais não se está do que a legitimar as incoerências da malfadada globalização e a cair no fundo da incoerência do discurso.
Se se pretende convencer os portugueses das virtudes do acordo ortográfico, recomenda-se que se cesse de utilizar o discurso do negócio. Haverá certamente outros argumentos que sustentem a tese dos benefícios do acordo.
Já todos entendemos a irreversibilidade da entrada em vigor do acordo ortográfico, ainda assim, a discussão sobre o mesmo é importante. De qualquer modo, a mera associação entre a língua portuguesa e os negócios é de difícil aceitação, porque se de facto vivemos num mundo em que tudo se vende e tudo se compra, gostaríamos ainda de pensar que a nossa cultura e a nossa identidade não têm preço.
Com efeito, os defensores do acordo têm advogado o interesse que Portugal terá – numa perspectiva a raiar o mercantilismo – em fazer parte integrante de um acordo que visa alterar a ortografia da língua portuguesa. Dizem-nos que o acordo é um bom negócio para Portugal, mais não seja porque o Brasil acabará por ditar o caminho da língua portuguesa. Consequentemente, é com este derrotismo anunciado que nos dizem que é melhor aceitar o acordo, não obstante a sua ratificação ser já um facto consumado.
Fica de fora desta linha de argumentação derrotista – outros dirão realista – o impacto que as alterações ortográficas terão na língua e de que forma, exceptuando o argumento que postula o “bom negócio para Portugal”, é que os portugueses sairão beneficiados com o acordo ortográfico. Seria, por conseguinte, de uma enorme proficuidade que se alinhavasse o discurso a favor ou contra o acordo com estes elementos à cabeça
Note-se ainda que enquadrar as alterações consumadas na ortografia portuguesa numa lógica de negócio é, no mínimo, de mau gosto. A língua, parte integrante da cultura e identidade dos povos, não pode ser tratada dessa forma, através de argumentos obtusos encerrados numa lógica de negócio.
É curioso verificar que muitos defensores do acordo ortográfico e, simultaneamente, defensores da tese do “bom negócio para Portugal”, sejam os mesmos que se insurgem abertamente contra o mundo globalizado em que vivemos, e no qual tudo se vende e tudo se compra – um mundo desprovido de valores e princípios em que impera a ditadura dos mercados. Ora, quando se apregoa que este acordo é um bom negócio para Portugal, mais não se está do que a legitimar as incoerências da malfadada globalização e a cair no fundo da incoerência do discurso.
Se se pretende convencer os portugueses das virtudes do acordo ortográfico, recomenda-se que se cesse de utilizar o discurso do negócio. Haverá certamente outros argumentos que sustentem a tese dos benefícios do acordo.
Já todos entendemos a irreversibilidade da entrada em vigor do acordo ortográfico, ainda assim, a discussão sobre o mesmo é importante. De qualquer modo, a mera associação entre a língua portuguesa e os negócios é de difícil aceitação, porque se de facto vivemos num mundo em que tudo se vende e tudo se compra, gostaríamos ainda de pensar que a nossa cultura e a nossa identidade não têm preço.
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