É notório um acentuado desgaste da imagem da ministra da Educação, e tanto mais é assim quando se verificam as suas escassas aparições no parlamento; em seu lugar tem aparecido o secretário de estado, Valter Lemos.
Ora, o desgaste da ministra é perfeitamente explicável. A história da ministra conta-se em poucas palavras:
Era uma vez uma ministra da Educação, tal como os seus antecessores, tinha uma tarefa particularmente difícil – tratava-se de um ministério oneroso para as contas do Estado, corporativo e avesso à mudança. O seu início como ministra da Educação foi auspicioso, e sua personalidade inconformista elogiada. Havia algum consenso em torno da impetuosidade da ministra e da sua perseverança em mudar o que era necessário mudar. E assim foi. A ministra, num clima de alargado consenso, encerrou escolas, aumentou a carga horária dos alunos e implementou as controversas aulas de substituição.
Mas pouco a pouco o ímpeto reformista da ministra foi dando lugar à revelação de um projecto, inspirado por “novas” teorias educativas, que não sendo muito dissemelhante dos anteriores projectos, tem a agravante de comprometer inexoravelmente a qualidade de ensino e o futuro do país.
Além do mais, a ministra comprou guerras sucessivas com os professores, mantendo e alimentando um clima de antagonismo absolutamente desnecessário. Tudo piorou quando a ministra manteve-se irredutível na imposição de um modelo de avaliação polémico. Mais grave ainda, perdeu qualquer capacidade de negociar com os sindicatos. O desgaste da sua imagem agravou-se irremediavelmente.
E como se não bastasse a polémica questão da avaliação dos professores, surge agora a polémica da indisciplina nas escolas, desencadeada por imagens, colocadas na Internet, retratando um grupo de selvagens, em vez de um grupo de alunos numa sala de aula. Desta vez, a ministra perdeu qualquer capacidade de resposta, e doravante, Maria de Lurdes Rodrigues vai comprometendo o próprio Governo, com o seu desgaste. Resta portanto ao primeiro-ministro aguentar a ministra, recorrendo a uma retirada de cena de Maria de Lurdes Rodrigues, pelo menos enquanto os ânimos não serenam. Todavia, quem tem aparecido em lugar de Maria de Lurdes Rodrigues, o tal secretário de Estado, não tem feito uma figura muito melhor do que a ministra. Quando se afirma que o Estatuto do Aluno permite combater a indisciplina nas escolas, percebe-se que a irracionalidade tomou conta do discurso da equipa ministerial.
Esta é, de facto, uma história triste. Não tanto para a ministra, mas para a generalidade dos actores educativos, começando pelos professores; e trata-se indubitavelmente de uma história de desalento para o país. Com efeito, não é preciso esperar pelo futuro para se perceber que o que se está a fazer hoje nas escolas adia o tão almejado desenvolvimento. Quando se sucumbe às exigências das estatísticas, relativizando a importância do rigor, do saber e da cultura, está-se a adiar o futuro do país. Na triste história de Maria de Lurdes Rodrigues, destaca-se a inexistência de quaisquer preocupações com a qualidade de ensino, vivendo-se sob a ditadura dos números.
O desgaste da ministra da Educação será, mais dia, menos dia, politicamente fatal. Entretanto, vamos continuar a assistir a discursos vazios de sentido, raiando o ridículo, do secretário de Estado da Educação, e mais grave, ao comprometimento inevitável da qualidade de ensino e da viabilidade das escolas. Nunca uma paixão degenerou em tantas asneiras. Sendo, no entanto, certo que esta paixão como todas as paixões aterrou no plano da irracionalidade. De facto, só no plano da irracionalidade é que se percebe a execução de tantas políticas erradas.
Ora, o desgaste da ministra é perfeitamente explicável. A história da ministra conta-se em poucas palavras:
Era uma vez uma ministra da Educação, tal como os seus antecessores, tinha uma tarefa particularmente difícil – tratava-se de um ministério oneroso para as contas do Estado, corporativo e avesso à mudança. O seu início como ministra da Educação foi auspicioso, e sua personalidade inconformista elogiada. Havia algum consenso em torno da impetuosidade da ministra e da sua perseverança em mudar o que era necessário mudar. E assim foi. A ministra, num clima de alargado consenso, encerrou escolas, aumentou a carga horária dos alunos e implementou as controversas aulas de substituição.
Mas pouco a pouco o ímpeto reformista da ministra foi dando lugar à revelação de um projecto, inspirado por “novas” teorias educativas, que não sendo muito dissemelhante dos anteriores projectos, tem a agravante de comprometer inexoravelmente a qualidade de ensino e o futuro do país.
Além do mais, a ministra comprou guerras sucessivas com os professores, mantendo e alimentando um clima de antagonismo absolutamente desnecessário. Tudo piorou quando a ministra manteve-se irredutível na imposição de um modelo de avaliação polémico. Mais grave ainda, perdeu qualquer capacidade de negociar com os sindicatos. O desgaste da sua imagem agravou-se irremediavelmente.
E como se não bastasse a polémica questão da avaliação dos professores, surge agora a polémica da indisciplina nas escolas, desencadeada por imagens, colocadas na Internet, retratando um grupo de selvagens, em vez de um grupo de alunos numa sala de aula. Desta vez, a ministra perdeu qualquer capacidade de resposta, e doravante, Maria de Lurdes Rodrigues vai comprometendo o próprio Governo, com o seu desgaste. Resta portanto ao primeiro-ministro aguentar a ministra, recorrendo a uma retirada de cena de Maria de Lurdes Rodrigues, pelo menos enquanto os ânimos não serenam. Todavia, quem tem aparecido em lugar de Maria de Lurdes Rodrigues, o tal secretário de Estado, não tem feito uma figura muito melhor do que a ministra. Quando se afirma que o Estatuto do Aluno permite combater a indisciplina nas escolas, percebe-se que a irracionalidade tomou conta do discurso da equipa ministerial.
Esta é, de facto, uma história triste. Não tanto para a ministra, mas para a generalidade dos actores educativos, começando pelos professores; e trata-se indubitavelmente de uma história de desalento para o país. Com efeito, não é preciso esperar pelo futuro para se perceber que o que se está a fazer hoje nas escolas adia o tão almejado desenvolvimento. Quando se sucumbe às exigências das estatísticas, relativizando a importância do rigor, do saber e da cultura, está-se a adiar o futuro do país. Na triste história de Maria de Lurdes Rodrigues, destaca-se a inexistência de quaisquer preocupações com a qualidade de ensino, vivendo-se sob a ditadura dos números.
O desgaste da ministra da Educação será, mais dia, menos dia, politicamente fatal. Entretanto, vamos continuar a assistir a discursos vazios de sentido, raiando o ridículo, do secretário de Estado da Educação, e mais grave, ao comprometimento inevitável da qualidade de ensino e da viabilidade das escolas. Nunca uma paixão degenerou em tantas asneiras. Sendo, no entanto, certo que esta paixão como todas as paixões aterrou no plano da irracionalidade. De facto, só no plano da irracionalidade é que se percebe a execução de tantas políticas erradas.
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