Este ano está a revelar-se complicado para o Governo de José Sócrates. Depois de quase dois anos de um Governo determinado, impulsionador de mudanças, modernizador, o Governo dá agora sinais de acentuado nervosismo. Na verdade, o primeiro-ministro sempre que contrariado e ou questionado de forma incomoda revelou invariavelmente um temperamento difícil e uma dificuldade em fugir de uma altivez despudorada. Mas no essencial, o Governo conseguiu, durante quase dois anos, passar a imagem de eficiência, de modernidade e até certo ponto, de resultados.
Hoje o cenário é diferente e tudo se complicou com a contestação de parte de população ao encerramento de serviços médicos e a respectiva cedência do primeiro-ministro a essa contestação. Importa, contudo, em nome de alguma honestidade intelectual, referir a dificuldade do primeiro-ministro em manter em funções o anterior ministro da Saúde – não querendo recuar nas reforma em curso, optou-se por mudar as caras e os estilos, e essa decisão teve duas consequências: por um lado, conseguiu-se atenuar a onda de descontentamento, mas por outro, o afastamento do ministro da Saúde fragiliza o próprio José Sócrates que agora se vê confrontado com a voz da rua. Ora, ainda não se consegue antever os verdadeiros efeitos da colossal manifestação dos professores.
De facto, o nervosismo alastra-se por outros membros do Governo. Agora foi a vez de Augusto Santos Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares, manifestar o nervosismo em crescendo. Aconteceu à porta do PS em Chaves, quando algumas pessoas manifestaram o seu descontentamento recorrendo a palavras como “fascista”; o ministro perdeu a compostura e respondeu, visivelmente enervado, aos manifestantes.
Paralelamente, é impossível não associar-se a manifestação marcada para a próxima semana (?), ou melhor, a contramanifestação organizada pelo Governo a uma forma de resposta ao descontentamento das ruas. O nervosismo do Governo está a claramente a tolher o discernimento do primeiro-ministro que deveria saber que o Governo não pode ir para a rua.
De notar que o Governo está a sofrer uma transformação inequívoca, passou de destemido, reformador, modernizador, a nervoso, desconcertado, sem capacidade de resposta e, em alguns casos, irracional. Resta saber os custos políticos dessa transformação, e em particular, importa perceber se o tolhimento e nervosismo do Governo comprometem os resultados eleitorais de 2009. Existe, porém, uma certeza: tudo seria pior para o Executivo de José Sócrates se o PSD fosse um partido político a sério. De qualquer modo, vamos esperar por um milagre, ou seja, pelo dia em que o PSD de Luís Filipe Menezes se sentir preparado para governar.
Hoje o cenário é diferente e tudo se complicou com a contestação de parte de população ao encerramento de serviços médicos e a respectiva cedência do primeiro-ministro a essa contestação. Importa, contudo, em nome de alguma honestidade intelectual, referir a dificuldade do primeiro-ministro em manter em funções o anterior ministro da Saúde – não querendo recuar nas reforma em curso, optou-se por mudar as caras e os estilos, e essa decisão teve duas consequências: por um lado, conseguiu-se atenuar a onda de descontentamento, mas por outro, o afastamento do ministro da Saúde fragiliza o próprio José Sócrates que agora se vê confrontado com a voz da rua. Ora, ainda não se consegue antever os verdadeiros efeitos da colossal manifestação dos professores.
De facto, o nervosismo alastra-se por outros membros do Governo. Agora foi a vez de Augusto Santos Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares, manifestar o nervosismo em crescendo. Aconteceu à porta do PS em Chaves, quando algumas pessoas manifestaram o seu descontentamento recorrendo a palavras como “fascista”; o ministro perdeu a compostura e respondeu, visivelmente enervado, aos manifestantes.
Paralelamente, é impossível não associar-se a manifestação marcada para a próxima semana (?), ou melhor, a contramanifestação organizada pelo Governo a uma forma de resposta ao descontentamento das ruas. O nervosismo do Governo está a claramente a tolher o discernimento do primeiro-ministro que deveria saber que o Governo não pode ir para a rua.
De notar que o Governo está a sofrer uma transformação inequívoca, passou de destemido, reformador, modernizador, a nervoso, desconcertado, sem capacidade de resposta e, em alguns casos, irracional. Resta saber os custos políticos dessa transformação, e em particular, importa perceber se o tolhimento e nervosismo do Governo comprometem os resultados eleitorais de 2009. Existe, porém, uma certeza: tudo seria pior para o Executivo de José Sócrates se o PSD fosse um partido político a sério. De qualquer modo, vamos esperar por um milagre, ou seja, pelo dia em que o PSD de Luís Filipe Menezes se sentir preparado para governar.
Comentários