A rua, ou melhor a contestação, parece ter vindo a ter uma importância irrefutável para as decisões do primeiro-ministro. A saída de Correia de Campos, ministro da Saúde, foi consequência, também, da contestação popular. De resto, não é bom para a imagem do primeiro-ministro, a 18 meses das eleições legislativas, ter a voz da rua a chumbar clamorosamente as suas políticas.
No caso da Saúde, o primeiro-ministro sentiu-se compelido a estancar a torrente de descontentamento que invadiu os noticiários televisivos e a imprensa escrita. A única forma de se atingir essa meta foi a exoneração de funções do ministro da tutela, e, de facto, sentiu-se uma acentuada acalmia no descontentamento que parecia lavrar imparável um pouco por todo o país.
Chega agora a vez do primeiro-ministro lidar com o descontentamento generalizado dos professores. José Sócrates não pode demitir a ministra da Educação sob pena de confirmar a ideia de que cada vez que a rua contesta, as políticas do Governo sofrem um retrocesso. É indubitável que governar passa incontornavelmente pela procura de soluções equilibradas, e no caso concreto, importa ouvir o descontentamento dos professores, mas é essencial que, com recurso ao diálogo e à sensatez, o Governo não perca o ímpeto reformista. Em última análise, se cada vez que existisse um foco de contestação, o Governo invertesse as suas políticas, estar-se-ia a cometer um erro com sérios precedentes.
As políticas da Educação são, paradoxalmente, desastrosas, em particular a ideia que o Governo tem da educação é aflitiva. Aliás, a discussão sobre educação vem invariavelmente acompanhada por um paroxismo nacional. Em matéria de modelo de avaliação dos professores, a ministra e o primeiro-ministro têm manifestado uma intransigência típica dos déspotas iluminados. O facto do primeiro-ministro não poder afastar a ministra da Educação, sob pena de passar uma mensagem de fraqueza e de cedência, mais obriga o Governo a mudar de postura – é possível dialogar com os representantes dos professores, defender posições, fazer cedências, quando necessários, e essencialmente saber ouvir.
No cômputo geral, toda a convulsão em torno da educação prejudica o país que sempre viu na Educação o caminho para o progresso, mas que sempre foi incapaz de gerar consensos, apenas inabilidades. Os professores vão continuar nas ruas e, provavelmente, vão aumentar o nível do protesto. Esta semana vai ser determinante para a ministra. José Sócrates vai fazer a escolha entre ceder a uma classe profissional, vista pelo Governo como corporativista, e manter uma ministra politicamente exausta e falida, incapaz de estabelecer qualquer ponte com os professores. Existe, porém, uma atenuante: os professores não são propriamente a rua, são uma classe profissional que não tem a generalidade dos portugueses do seu lado. Esta é a grande vantagem de José Sócrates.
No caso da Saúde, o primeiro-ministro sentiu-se compelido a estancar a torrente de descontentamento que invadiu os noticiários televisivos e a imprensa escrita. A única forma de se atingir essa meta foi a exoneração de funções do ministro da tutela, e, de facto, sentiu-se uma acentuada acalmia no descontentamento que parecia lavrar imparável um pouco por todo o país.
Chega agora a vez do primeiro-ministro lidar com o descontentamento generalizado dos professores. José Sócrates não pode demitir a ministra da Educação sob pena de confirmar a ideia de que cada vez que a rua contesta, as políticas do Governo sofrem um retrocesso. É indubitável que governar passa incontornavelmente pela procura de soluções equilibradas, e no caso concreto, importa ouvir o descontentamento dos professores, mas é essencial que, com recurso ao diálogo e à sensatez, o Governo não perca o ímpeto reformista. Em última análise, se cada vez que existisse um foco de contestação, o Governo invertesse as suas políticas, estar-se-ia a cometer um erro com sérios precedentes.
As políticas da Educação são, paradoxalmente, desastrosas, em particular a ideia que o Governo tem da educação é aflitiva. Aliás, a discussão sobre educação vem invariavelmente acompanhada por um paroxismo nacional. Em matéria de modelo de avaliação dos professores, a ministra e o primeiro-ministro têm manifestado uma intransigência típica dos déspotas iluminados. O facto do primeiro-ministro não poder afastar a ministra da Educação, sob pena de passar uma mensagem de fraqueza e de cedência, mais obriga o Governo a mudar de postura – é possível dialogar com os representantes dos professores, defender posições, fazer cedências, quando necessários, e essencialmente saber ouvir.
No cômputo geral, toda a convulsão em torno da educação prejudica o país que sempre viu na Educação o caminho para o progresso, mas que sempre foi incapaz de gerar consensos, apenas inabilidades. Os professores vão continuar nas ruas e, provavelmente, vão aumentar o nível do protesto. Esta semana vai ser determinante para a ministra. José Sócrates vai fazer a escolha entre ceder a uma classe profissional, vista pelo Governo como corporativista, e manter uma ministra politicamente exausta e falida, incapaz de estabelecer qualquer ponte com os professores. Existe, porém, uma atenuante: os professores não são propriamente a rua, são uma classe profissional que não tem a generalidade dos portugueses do seu lado. Esta é a grande vantagem de José Sócrates.
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