O pessimismo caracteriza amiúde as discussões e percepções sobre a educação em Portugal. Compreensivelmente, muitos actores educativos sentem um misto de frustração e pessimismo. Deste modo, impõe-se uma forte crítica à actual ministra da Educação que mais não fez do que acentuar essas percepções nefastas sobre a educação, em particular, quando levou a cabo acções e uma retórica carregadas de animosidade relativamente à classe docente.
Mas o pessimismo sobre o futuro da educação não é de agora, muito pelo contrário, desde há muito tempo esse pessimismo é intrínseco à educação.
Evocar-se-ão vários factores que subjazem a uma ausência generalizada de esperança – a falta de condições nas escolas, a pouco autonomia das mesmas, as querelas entre sindicatos que representam professores e o ministério, o desânimo de pais, alunos e professores. Mas a realidade é que é essencial, por um lado, combater o conservadorismo que impera nas políticas educativas e, naturalmente, na própria escola; e por outro, importa combater os problemas do insucesso e abandono escolar.
Qualquer discussão sobre esta matéria implica a abordagem a novas formas de pensar a escola que temos. É inevitável não se constatar que a escola, a par da própria sociedade, dificilmente resiste à mudança. Já para não falar de que hoje a escola tem uma forte concorrência, quando recrudescem fenómenos como a Internet, as novas tecnologias, a preponderância da televisão, e ainda em muitos contextos – designadamente suburbanos – a rua. Urge, assim, tornar a escola mais apelativa, insistindo no rigor e numa cultura de responsabilidade. A escola não pode ser feita completamente à revelia dos alunos. Importa, pois, convergir alunos, professores e, sempre que possível famílias. De resto, será infrutífero pensar-se num conceito de escola contra os alunos. É possível conciliar todos estes elementos. Pensar-se nesta conjuntura como sendo uma utopia e ficar-se por aí mesmo é perpetuar o insucesso e abandono escolares, adiando indefinidamente o futuro dos alunos, e do próprio país.
Além do mais, o insucesso e abandono escolar combatem-se através de intervenções no processo de decisão e reforço da importância das escolhas. A importância da orientação vocacional não pode ser olhada de forma despicienda, ou como sendo pouco mais do que um simples mostruário de profissões e cursos. Senão vejamos: a escolha dos alunos não deve ser fugaz, antes pelo contrário, esse é um processo que deve ser iniciado o quanto antes com os instrumentos que permitam trabalhar o conhecimento de si próprio e formas de trabalhar a auto-estima – só depois de nos conhecermos é que podemos iniciar o importante processo de decisão. Mas todos estes elementos necessitam de um novo enquadramento de proximidade com a realidade dos alunos. É durante este processo que há frequentemente falhas que podem contribuir para o abandono escolar. Quando se verificam essas falhas, a desmotivação geralmente surge como inevitável, e daí ao abandono vai um pequeno passo.
É preciso acreditar que a educação não é um beco sem saída. Felizmente, há quem ainda trabalhe afincadamente – não prescindindo de se aproximar da realidade dos alunos –, com o propósito de combater o insucesso e abandono escolares. É também através de um melhor conhecimento de si próprio e das escolhas acertadas que surge a motivação – e há quem, já tendo percebido isso, não se coíba de repensar novas formas de intervenção junto dos alunos.
Dir-se-á que o que foi abordado neste texto é apenas a ponta do iceberg, talvez seja, mas só o simples facto de existir quem não desista e que desenvolva um trabalho de rigor, mas também de proximidade com os alunos, é desde já um bom prenúncio para o futuro da educação. Não é seguramente com preconceitos e com um pessimismo exacerbado que estamos a prestar um bom serviço ao país. Por muito que se perceba a falta de entusiasmo de quem trabalha no terreno, não deixa de ser motivador saber que ainda há quem, não obstante as adversidades e os velhos do Restelo, lute contra os falhanços da educação, que também são os falhanços de todos nós.
Mas o pessimismo sobre o futuro da educação não é de agora, muito pelo contrário, desde há muito tempo esse pessimismo é intrínseco à educação.
Evocar-se-ão vários factores que subjazem a uma ausência generalizada de esperança – a falta de condições nas escolas, a pouco autonomia das mesmas, as querelas entre sindicatos que representam professores e o ministério, o desânimo de pais, alunos e professores. Mas a realidade é que é essencial, por um lado, combater o conservadorismo que impera nas políticas educativas e, naturalmente, na própria escola; e por outro, importa combater os problemas do insucesso e abandono escolar.
Qualquer discussão sobre esta matéria implica a abordagem a novas formas de pensar a escola que temos. É inevitável não se constatar que a escola, a par da própria sociedade, dificilmente resiste à mudança. Já para não falar de que hoje a escola tem uma forte concorrência, quando recrudescem fenómenos como a Internet, as novas tecnologias, a preponderância da televisão, e ainda em muitos contextos – designadamente suburbanos – a rua. Urge, assim, tornar a escola mais apelativa, insistindo no rigor e numa cultura de responsabilidade. A escola não pode ser feita completamente à revelia dos alunos. Importa, pois, convergir alunos, professores e, sempre que possível famílias. De resto, será infrutífero pensar-se num conceito de escola contra os alunos. É possível conciliar todos estes elementos. Pensar-se nesta conjuntura como sendo uma utopia e ficar-se por aí mesmo é perpetuar o insucesso e abandono escolares, adiando indefinidamente o futuro dos alunos, e do próprio país.
Além do mais, o insucesso e abandono escolar combatem-se através de intervenções no processo de decisão e reforço da importância das escolhas. A importância da orientação vocacional não pode ser olhada de forma despicienda, ou como sendo pouco mais do que um simples mostruário de profissões e cursos. Senão vejamos: a escolha dos alunos não deve ser fugaz, antes pelo contrário, esse é um processo que deve ser iniciado o quanto antes com os instrumentos que permitam trabalhar o conhecimento de si próprio e formas de trabalhar a auto-estima – só depois de nos conhecermos é que podemos iniciar o importante processo de decisão. Mas todos estes elementos necessitam de um novo enquadramento de proximidade com a realidade dos alunos. É durante este processo que há frequentemente falhas que podem contribuir para o abandono escolar. Quando se verificam essas falhas, a desmotivação geralmente surge como inevitável, e daí ao abandono vai um pequeno passo.
É preciso acreditar que a educação não é um beco sem saída. Felizmente, há quem ainda trabalhe afincadamente – não prescindindo de se aproximar da realidade dos alunos –, com o propósito de combater o insucesso e abandono escolares. É também através de um melhor conhecimento de si próprio e das escolhas acertadas que surge a motivação – e há quem, já tendo percebido isso, não se coíba de repensar novas formas de intervenção junto dos alunos.
Dir-se-á que o que foi abordado neste texto é apenas a ponta do iceberg, talvez seja, mas só o simples facto de existir quem não desista e que desenvolva um trabalho de rigor, mas também de proximidade com os alunos, é desde já um bom prenúncio para o futuro da educação. Não é seguramente com preconceitos e com um pessimismo exacerbado que estamos a prestar um bom serviço ao país. Por muito que se perceba a falta de entusiasmo de quem trabalha no terreno, não deixa de ser motivador saber que ainda há quem, não obstante as adversidades e os velhos do Restelo, lute contra os falhanços da educação, que também são os falhanços de todos nós.
Comentários
É uma pena…crescer-se tão rápido…