As caricaturas retratando o profeta Maomé, que há dois anos provocaram reacções do mundo islâmico, voltaram a ser publicadas em alguns jornais dinamarqueses. A publicação das polémicas caricaturas surge depois se conhecer um plano para assassinar um dos caricaturistas.
Há dois anos discutia-se vivamente a fronteira entre o respeito por uma religião e a liberdade de expressão que caracteriza indelevelmente os países democráticos. Desde logo, importa fazer referência à importância da liberdade de expressão que, mais do que ser característica dos países democráticos, é elemento indissociável do modo de vida ocidental, e quando posta em causa, origina reacções tempestuosas. Não seria de esperar outra coisa que não fosse a defesa veemente da liberdade de expressão por parte de quem faz uso dela diariamente e sente gratificação de viver num contexto onde essas liberdades efectivamente existem.
Não é de estranhar, portanto, que alguns jornais dinamarqueses fizessem valer a sua posição de defesa das suas liberdades, em particular quando tentam silenciar quem faz uso dessa liberdade. Dir-se-á que a publicação das caricaturas, dois anos volvidos e depois da violência gerada, é uma afronta desnecessária a uma comunidade que se sentiu injuriada com a publicação de caricaturas do profeta. E que seria de uma maior prudência não voltar a publicar as ditas caricaturas. Todavia, esta foi a forma encontrada pelos directores dos jornais de fazerem passar a mensagem de que a liberdade de expressão é um valor de que não abdicam em circunstância alguma, mesmo quando atentam contra as suas vidas.
Hoje, existe na Europa uma tendência para não levantar ondas sempre que se trata de assuntos desta natureza. Prefere-se enveredar por um caminho de silêncio e de integração despicienda. Não é por acaso que surgem visões do multiculturalismo como aquelas proferidas pelo arcebispo de Cantuária. A Europa tem manifestado uma total incapacidade de lidar com esta complexa questão.
Em Copenhaga registaram-se distúrbios como reacção à publicação das caricaturas. Ora, é precisamente aqui que reside o problema – compreende-se o descontentamento de quem considera as caricaturas ofensivas, mas repudia-se por completo reacções violentas, que hoje, tal como há dois anos, acompanham a forma de protesto de quem se sente ofendido. É curioso verificar que a violência que acompanha as formas de protesto dos ofendidos acaba por ser relativizada e amiúde é alvo de compreensão, e em sentido diametralmente oposto, critica-se a afronta que constitui a publicação das caricaturas.
Há dois anos discutia-se vivamente a fronteira entre o respeito por uma religião e a liberdade de expressão que caracteriza indelevelmente os países democráticos. Desde logo, importa fazer referência à importância da liberdade de expressão que, mais do que ser característica dos países democráticos, é elemento indissociável do modo de vida ocidental, e quando posta em causa, origina reacções tempestuosas. Não seria de esperar outra coisa que não fosse a defesa veemente da liberdade de expressão por parte de quem faz uso dela diariamente e sente gratificação de viver num contexto onde essas liberdades efectivamente existem.
Não é de estranhar, portanto, que alguns jornais dinamarqueses fizessem valer a sua posição de defesa das suas liberdades, em particular quando tentam silenciar quem faz uso dessa liberdade. Dir-se-á que a publicação das caricaturas, dois anos volvidos e depois da violência gerada, é uma afronta desnecessária a uma comunidade que se sentiu injuriada com a publicação de caricaturas do profeta. E que seria de uma maior prudência não voltar a publicar as ditas caricaturas. Todavia, esta foi a forma encontrada pelos directores dos jornais de fazerem passar a mensagem de que a liberdade de expressão é um valor de que não abdicam em circunstância alguma, mesmo quando atentam contra as suas vidas.
Hoje, existe na Europa uma tendência para não levantar ondas sempre que se trata de assuntos desta natureza. Prefere-se enveredar por um caminho de silêncio e de integração despicienda. Não é por acaso que surgem visões do multiculturalismo como aquelas proferidas pelo arcebispo de Cantuária. A Europa tem manifestado uma total incapacidade de lidar com esta complexa questão.
Em Copenhaga registaram-se distúrbios como reacção à publicação das caricaturas. Ora, é precisamente aqui que reside o problema – compreende-se o descontentamento de quem considera as caricaturas ofensivas, mas repudia-se por completo reacções violentas, que hoje, tal como há dois anos, acompanham a forma de protesto de quem se sente ofendido. É curioso verificar que a violência que acompanha as formas de protesto dos ofendidos acaba por ser relativizada e amiúde é alvo de compreensão, e em sentido diametralmente oposto, critica-se a afronta que constitui a publicação das caricaturas.
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