As consequências da independência do Kosovo não se fizeram esperar. Os ataques, perpetrados por cidadãos sérvios, às embaixadas de países que reconheceram a independência desta província da Sérvia são apenas a parte mais visível do problema que se gerou.
A instabilidade na zona dos Balcãs, parece uma inevitabilidade. Ao descontentamento dos sérvios, junta-se o forte apoio da Rússia que avisou não descartar a possibilidade de recorrer à força se assim for necessário, visto que existiu um claro atropelo às leis internacionais. A União Europeia, embora seja encetados esforços no sentido de parecer unida, não consegue esconder as divisões internas sobre esta matéria. Além disso, a União Europeia usa e abusa da possível adesão da Sérvia à UE como forma de atenuar a exasperação sérvia.
Neste contexto, as consequências da declaração unilateral do Kosovo são assinaláveis, porém, a possibilidade de virem a surgir consequências mais gravosas, não é, de todo, de excluir.
Não se exclui por completo um entendimento das razões que subjazem à independência do Kosovo, ou pelo menos, as razões do povo do Kosovo não são difícil de entender. Mas, uma coisa é perceber-se as aspirações de um povo que assenta os seus desejos numa sustentação história e nacionalista, e outra é aceitar-se a desintegração territorial de um país, como é o caso da Sérvia, contra a vontade dos Sérvios, e mais: é difícil de aceitar que essa independência se faça à margem do direito internacional e com a ligeireza com que foi feita. A guerra do Kosovo acabou por ser, em larga medida, a justificação para uma independência.
Em relação aos EUA e à Rússia, o jogo, em muitos aspectos, não é muito diferente daquele que se jogou durante a guerra-fria; a procura de zonas de influência ainda é a intenção de um lado e de outro. Por conseguinte, não se pode esperar alguma sensatez para além da defesa dos interesses destes países.
Ninguém se esquece das perseguições a que o povo kosovar foi submetido, falou-se mesmo em genocídio, mas talvez a história, sobre essa matéria, ainda esteja longe de revelar tudo. Assim, seria mais prudente procurar-se soluções para a defesa desta minoria, em vez de uma declaração unilateral de independência que acarreta o perigo de inspirar outras ambições um pouco por todo o mundo, designadamente na Europa.
Todo o processo de independência, apesar sua inevitabilidade, no sentido em que EUA e UE (grande parte dela) apadrinharam o processo, mostra ser, no mínimo, precipitado. O mais grave é que se trata de um precipitação com perigosas consequências como os incidentes em Belgrado, assim como a tensão que se vive entre a minoria sérvia no Kosovo e a maioria albanesa, já o demonstraram. Já para não falar da abertura de um precedente gravíssimo – ainda na semana, um dirigente palestiniano falou na possibilidade da Palestina declarar a sua independência, apesar do rápido desmentido do Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, a possibilidade já foi referida; e bem mais perto, em Espanha, o País Basco poderá seguir o mesmo exemplo. E quem sabe noutras regiões da Europa, a ideia não venha a ter mesmo consequências práticas.
A instabilidade na zona dos Balcãs, parece uma inevitabilidade. Ao descontentamento dos sérvios, junta-se o forte apoio da Rússia que avisou não descartar a possibilidade de recorrer à força se assim for necessário, visto que existiu um claro atropelo às leis internacionais. A União Europeia, embora seja encetados esforços no sentido de parecer unida, não consegue esconder as divisões internas sobre esta matéria. Além disso, a União Europeia usa e abusa da possível adesão da Sérvia à UE como forma de atenuar a exasperação sérvia.
Neste contexto, as consequências da declaração unilateral do Kosovo são assinaláveis, porém, a possibilidade de virem a surgir consequências mais gravosas, não é, de todo, de excluir.
Não se exclui por completo um entendimento das razões que subjazem à independência do Kosovo, ou pelo menos, as razões do povo do Kosovo não são difícil de entender. Mas, uma coisa é perceber-se as aspirações de um povo que assenta os seus desejos numa sustentação história e nacionalista, e outra é aceitar-se a desintegração territorial de um país, como é o caso da Sérvia, contra a vontade dos Sérvios, e mais: é difícil de aceitar que essa independência se faça à margem do direito internacional e com a ligeireza com que foi feita. A guerra do Kosovo acabou por ser, em larga medida, a justificação para uma independência.
Em relação aos EUA e à Rússia, o jogo, em muitos aspectos, não é muito diferente daquele que se jogou durante a guerra-fria; a procura de zonas de influência ainda é a intenção de um lado e de outro. Por conseguinte, não se pode esperar alguma sensatez para além da defesa dos interesses destes países.
Ninguém se esquece das perseguições a que o povo kosovar foi submetido, falou-se mesmo em genocídio, mas talvez a história, sobre essa matéria, ainda esteja longe de revelar tudo. Assim, seria mais prudente procurar-se soluções para a defesa desta minoria, em vez de uma declaração unilateral de independência que acarreta o perigo de inspirar outras ambições um pouco por todo o mundo, designadamente na Europa.
Todo o processo de independência, apesar sua inevitabilidade, no sentido em que EUA e UE (grande parte dela) apadrinharam o processo, mostra ser, no mínimo, precipitado. O mais grave é que se trata de um precipitação com perigosas consequências como os incidentes em Belgrado, assim como a tensão que se vive entre a minoria sérvia no Kosovo e a maioria albanesa, já o demonstraram. Já para não falar da abertura de um precedente gravíssimo – ainda na semana, um dirigente palestiniano falou na possibilidade da Palestina declarar a sua independência, apesar do rápido desmentido do Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, a possibilidade já foi referida; e bem mais perto, em Espanha, o País Basco poderá seguir o mesmo exemplo. E quem sabe noutras regiões da Europa, a ideia não venha a ter mesmo consequências práticas.
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