Ultimamente o Governo, na pessoa do primeiro-ministro e do ministro das Finanças, desdobram-se em declarações anunciando o fim da crise que fustiga o país há quase uma década. Efectivamente, o ministro das finanças anunciou que a economia portuguesa vai acelerar este ano, mesmo sabendo que as economias europeias não seguem o mesmo caminho.
Sendo certo que os Governos não podem perpetuar um estado de constante pessimismo, não é menos verdade que a criação de elevadas expectativas, pouco realistas, e desfasadas do quotidiano dos portugueses, cai facilmente no saco da propaganda. Também neste particular falta algum equilíbrio ao Governo – falta de equilíbrio essa relacionada, muito provavelmente, com a aproximação das eleições legislativas.
Nas actuais circunstâncias é difícil fazer passar a imagem de um país que cresce e que aparentemente está no caminho da resolução dos seus principais problemas. Se por um lado, a redução do défice e a redução da despesa são excelentes notícias porque, deste modo, é possível ao Governo desbloquear, quando as contas públicas estiverem consolidadas, dinheiro para outras áreas e, permitindo também, uma possível baixa de impostos; por outro lado, a reforma da Administração Pública está muito longe de produzir quaisquer resultados palpáveis, até porque as intenções reformistas do Governo esmoreceram nos últimos tempos.
O desemprego que se insere numa conjuntura clara de falta de investimento, mudança da estrutura produtiva e um aumento de quem quer trabalhar, não deixa de inquietar os cidadãos. O Governo, nesta matéria, tem sido incapaz de levar a cabo políticas que permitam atenuar o desemprego. Sendo obviamente impossível acabar com este flagelo com graves consequências sociais, espera-se que o incentivo ao investimento seja uma prioridade do actual Executivo. Mas quando se fala em investimento, importa referir um claro óbice ao investimento: a Justiça. Em bom rigor, não é só uma justiça atávica, pouco virada para a resolução dos problemas dos empresários, morosa e intrincada que causa constrangimentos ao investimento; o peso excessivo do Estado, em dimensão e influência, são outros obstáculos ao investimento.
Por outro lado, não podemos ignorar os problemas da Saúde. O ministro que tutela esta sensível área tem demonstrado tudo, menos sensibilidade. Além disso, a sua política para a Saúde é uma amálgama de encerramentos e interesses privados que só têm encolerizado os cidadãos.
O Governo faria melhor figura se exercesse alguma contenção nas declarações que pronunciam um fim para a crise. Talvez fosse profícuo que os membros do Executivo olhassem para o país e para as dificuldades de muitos portugueses. Veleidades desta natureza – o fim da crise – são contraproducentes. É preferível que se apresentem políticas, designadamente, reformas que abram caminho às mudanças necessárias. E não a simples profusão de boas intenções e de irrealismos. De igual modo, a oposição, em particular o PSD tem sido incapaz de aproveitar as benesses do Governo, o que só vem comprovar que a escolha da actual liderança para liderar o PSD foi um erro magistral.
Sendo certo que os Governos não podem perpetuar um estado de constante pessimismo, não é menos verdade que a criação de elevadas expectativas, pouco realistas, e desfasadas do quotidiano dos portugueses, cai facilmente no saco da propaganda. Também neste particular falta algum equilíbrio ao Governo – falta de equilíbrio essa relacionada, muito provavelmente, com a aproximação das eleições legislativas.
Nas actuais circunstâncias é difícil fazer passar a imagem de um país que cresce e que aparentemente está no caminho da resolução dos seus principais problemas. Se por um lado, a redução do défice e a redução da despesa são excelentes notícias porque, deste modo, é possível ao Governo desbloquear, quando as contas públicas estiverem consolidadas, dinheiro para outras áreas e, permitindo também, uma possível baixa de impostos; por outro lado, a reforma da Administração Pública está muito longe de produzir quaisquer resultados palpáveis, até porque as intenções reformistas do Governo esmoreceram nos últimos tempos.
O desemprego que se insere numa conjuntura clara de falta de investimento, mudança da estrutura produtiva e um aumento de quem quer trabalhar, não deixa de inquietar os cidadãos. O Governo, nesta matéria, tem sido incapaz de levar a cabo políticas que permitam atenuar o desemprego. Sendo obviamente impossível acabar com este flagelo com graves consequências sociais, espera-se que o incentivo ao investimento seja uma prioridade do actual Executivo. Mas quando se fala em investimento, importa referir um claro óbice ao investimento: a Justiça. Em bom rigor, não é só uma justiça atávica, pouco virada para a resolução dos problemas dos empresários, morosa e intrincada que causa constrangimentos ao investimento; o peso excessivo do Estado, em dimensão e influência, são outros obstáculos ao investimento.
Por outro lado, não podemos ignorar os problemas da Saúde. O ministro que tutela esta sensível área tem demonstrado tudo, menos sensibilidade. Além disso, a sua política para a Saúde é uma amálgama de encerramentos e interesses privados que só têm encolerizado os cidadãos.
O Governo faria melhor figura se exercesse alguma contenção nas declarações que pronunciam um fim para a crise. Talvez fosse profícuo que os membros do Executivo olhassem para o país e para as dificuldades de muitos portugueses. Veleidades desta natureza – o fim da crise – são contraproducentes. É preferível que se apresentem políticas, designadamente, reformas que abram caminho às mudanças necessárias. E não a simples profusão de boas intenções e de irrealismos. De igual modo, a oposição, em particular o PSD tem sido incapaz de aproveitar as benesses do Governo, o que só vem comprovar que a escolha da actual liderança para liderar o PSD foi um erro magistral.
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