A complexa questão do Kosovo volta a estar na ordem do dia na semana em que líderes europeus tentam novamente concertar posições sobre o futuro do Kosovo. Antes de mais, importa fazer o seguinte enquadramento histórico: em 1913 nacionalistas albaneses conseguem a possibilidade de criarem um principado soberano, contudo, o território concedido aos albaneses compreende apenas metade dos albaneses. A restante metade encontrava-se espalhada, do ponto de vista étnico, pelo Montenegro, Macedónia, e evidentemente pelo Kosovo atribuído à Sérvia.
Hoje o Kosovo não admite outra hipótese que não seja a independência da Sérvia, nem que para isso tenha de o fazer unilateralmente. Por sua vez, a Sérvia, apoiada pela Rússia, mostra-se veementemente contra a independência do Kosovo. A posição da Sérvia poderá evoluir de formas diferentes, consoante a liderança for mais pró-Europa ou não; mas no essencial, a independência do Kosovo dificilmente será aceite pela Sérvia.
Recorde-se também que desde o tempo de Tito que os albaneses no Kosovo tinham conseguido obter um estatuto autónomo. Esse estatuto chegou a um fim, em 1989, depois de exacerbamentos nacionalistas sérvios, promovidos por Slodoban Milosevic. Hoje, o Kosovo é uma província sérvia sob tutela da ONU.
O precedente do Kosovo é outro elemento negativo a pesar contra a inevitabilidade da independência kosovar. Evidentemente que a independência do Kosovo reforça os argumentos de outras regiões, em particular na Europa, que tenham as mesmas ambições. O País Basco, em Espanha, a divisão cipriota entre gregos e turcos, a Chechénia e outras regiões russas vêem, assim, as suas causas reforçadas. Consequentemente, a independência kosovar será sempre mal aceite por países que vêem nisso um grave precedente.
Por outro lado, a independência do Kosovo compromete indelevelmente a integridade territorial da Sérvia e implica um redesenhar de fronteiras que não é, de todo, desejável.
Em todo o caso, a independência do Kosovo parece cada vez mais irreversível, com o forte apoio norte-americano. Não é objectivo deste texto defender a independência do Kosovo ou a posição da Sérvia, o que se pretendeu foi abordar algumas dificuldades dessa independência, designadamente a questão do precedente. Do mesmo modo, não se pretende retirar legitimidade ao povo kosovar na prossecução do seu objectivo que é a independência do seu território.
Finalmente, a posição da União Europeia parece ser realista no sentido de perceber a inevitabilidade da independência do Kosovo. A União Europeia tenta, pois, aliciar a Sérvia com a entrada na UE em troca da paz na Europa. Resta porém saber se a liderança sérvia está disposta a abdicar de parte do seu território em troca de uma relação mais estreita com a UE, numa primeira fase, e posteriormente, uma possível entrada na União Europeia.
Hoje o Kosovo não admite outra hipótese que não seja a independência da Sérvia, nem que para isso tenha de o fazer unilateralmente. Por sua vez, a Sérvia, apoiada pela Rússia, mostra-se veementemente contra a independência do Kosovo. A posição da Sérvia poderá evoluir de formas diferentes, consoante a liderança for mais pró-Europa ou não; mas no essencial, a independência do Kosovo dificilmente será aceite pela Sérvia.
Recorde-se também que desde o tempo de Tito que os albaneses no Kosovo tinham conseguido obter um estatuto autónomo. Esse estatuto chegou a um fim, em 1989, depois de exacerbamentos nacionalistas sérvios, promovidos por Slodoban Milosevic. Hoje, o Kosovo é uma província sérvia sob tutela da ONU.
O precedente do Kosovo é outro elemento negativo a pesar contra a inevitabilidade da independência kosovar. Evidentemente que a independência do Kosovo reforça os argumentos de outras regiões, em particular na Europa, que tenham as mesmas ambições. O País Basco, em Espanha, a divisão cipriota entre gregos e turcos, a Chechénia e outras regiões russas vêem, assim, as suas causas reforçadas. Consequentemente, a independência kosovar será sempre mal aceite por países que vêem nisso um grave precedente.
Por outro lado, a independência do Kosovo compromete indelevelmente a integridade territorial da Sérvia e implica um redesenhar de fronteiras que não é, de todo, desejável.
Em todo o caso, a independência do Kosovo parece cada vez mais irreversível, com o forte apoio norte-americano. Não é objectivo deste texto defender a independência do Kosovo ou a posição da Sérvia, o que se pretendeu foi abordar algumas dificuldades dessa independência, designadamente a questão do precedente. Do mesmo modo, não se pretende retirar legitimidade ao povo kosovar na prossecução do seu objectivo que é a independência do seu território.
Finalmente, a posição da União Europeia parece ser realista no sentido de perceber a inevitabilidade da independência do Kosovo. A União Europeia tenta, pois, aliciar a Sérvia com a entrada na UE em troca da paz na Europa. Resta porém saber se a liderança sérvia está disposta a abdicar de parte do seu território em troca de uma relação mais estreita com a UE, numa primeira fase, e posteriormente, uma possível entrada na União Europeia.
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