Hugo Chávez, o inefável presidente da Venezuela, tem vindo, ao longo destes dias subsequentes à Cimeira Ibero-Americana a intensificar a sua “resposta” ao rei de Espanha. Escusado será relembrar o episódio que marcou a dita cimeira, em que o Rei Juan Carlos se insurgiu contra as provocações reiteradas de Chávez. O que é certo é que o mesmo Chavéz não se tem coibido de responder ao monarca espanhol.
A última ameaça do presidente venezuelano recai sobre as relações com Espanha, que segundo Chávez serão revistas. Parece que Hugo Chávez vai rever as relações económicas com Espanha, mais concretamente promete dificultar a vida às empresas espanholas a funcionarem na Venezuela. Curiosamente, Espanha é um dos principais parceiros comerciais da Venezuela. Vamos ver até que ponto Hugo Chávez está disposto a sacrificar essa mesma relação comercial.
Por outro lado, não se pode esperar muito do mesmo Chávez que quer transformar, e tem-lo feito, a Venezuela numa nova Cuba – com a vantagem em relação aos recursos energéticos. Afinal, e olhando para a acção de Chávez nos últimos anos, não se pode afirmar que mais esta afronta, desta vez a Espanha, possa de facto ser surpreendente. De qualquer modo, é possível que estas ameaças não tenham um verdadeiro seguimento. Chávez sente-se ofendido e humilhado pelas palavras pertinentes do ei de Espanha, e jogas com o jogo que melhor conhece – o populismo mais acéfalo.
Refira-se, contudo, que algumas vozes se insurgiram contra o rei Juan Carlos – considerando, na sua maioria, que as palavras do rei foram exacerbadas. Aqui se reitera que o rei se limitou a dar uma resposta certeira aos impropérios que eram lançados por Chávez. O pior é que as palavras do rei não parecem ter surtido grande efeito como é visível pelo vídeo aqui colocado.
As últimas semanas têm sido pródigas na divulgação de escândalos envolvendo o primeiro-ministro e as suas obrigações com a Segurança Social e com o Fisco. Percebe-se que os princípios éticos associados ao desempenho de funções políticas são absolutamente ignorados por quem está à frente dos destinos do país - não esquecer que o primeiro-ministro já havia sido deputado antes de se esquecer de pagar as contribuições à Segurança Social. A demissão está fora de questão até porque o afastamento do cargo implica, por parte do próprio, um conjunto de princípios que pessoas como Passos Coelho simplesmente não possuem. A oposição, a poucos meses de eleições, parece preferir que o primeiro-ministro coza em lume brando. E com tanta trapalhada insistimos em não discutir possíveis caminhos e saídas para os impasses com que o país se depara. Governo e oposição (sobretudo o Partido Socialista) agem como se não tivessem de possuir um único pensamento político. Assim, continuamos sem saber o que...
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