Avançar para o conteúdo principal

Aumento da violência no Iraque


O ataque à minoria étnica yazidi já provocou mais de 500 mortos (número ainda temporário) e é considerado o pior ataque terrorista dos últimos 4 anos. As autoridades americanas consideram que o ataque tem a marca da Al-Qaeda. Importa sublinhar que o recrudescimento da violência e a aparente ausência de soluções para esta região conturbada do Médio Oriente são factos incontornáveis.

A autoria dos atentados (ainda não confirmada) parece ter a marca da Al-Qaeda, que não obstante a forte presença militar americana no terreno, continua a levar a cabo atentados terroristas e a espalhar a mensagem do ódio. Os grupos terroristas encontraram num Iraque profundamente dividido e confuso o terreno ideal para desenvolverem as suas actividades terroristas. O objectivo desses grupos prende-se com a perpetuação da instabilidade na região. Com efeito, é no caos que estes grupos conseguem levar a cabo os seus intentos.

Urge uma solução para a violência no Iraque. A responsabilidade na procura dessa solução não deve ser apenas imputada aos EUA; toda a comunidade internacional tem de se empenhar na procura de soluções para coarctar a instabilidade na região. Infelizmente, perdura na política externa de alguns países, designadamente europeus, aquela mescla de auto-satisfação (afinal, foi a arrogância americana que causou toda esta situação) com o mais profundo alheamento. Não é isso que o Iraque necessita, o recrudescimento da violência que subjaz à existência de grupos terroristas abala não só a segurança do Iraque, mas provoca igualmente instabilidade na região do Médio Oriente e a nível global.

É um erro crasso pensar-se que o que se passa no Médio Oriente fica no Médio Oriente. A História tem demonstrado isso mesmo. Os grupos terroristas a operar nesta região saem fortalecidos da permanente instabilidade que se vive na região. O fortalecimento do terrorismo no Iraque terá consequências a nível global. Por conseguinte, é fundamental que toda a comunidade internacional procure soluções para um Iraque desfragmentado, caótico, sangrento, sem futuro.

Refira-se que antes de qualquer solução para o restabelecimento da unidade do país, o terrorismo tem de ser erradicado a par com a retórica radical e inflamada que acompanha grupos fundamentalistas. O Iraque é neste momento um país sem unidade nacional. Sublinhe-se ainda a dificuldade de restabelecer essa unidade quando as divisões sectárias entre xiitas e sunitas são cada vez mais acentuadas. Contudo, devem ser equacionados vários cenários que podem passar por situações mais drásticas como uma possível divisão do país.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Saídas para os impasses

As últimas semanas têm sido pródigas na divulgação de escândalos envolvendo o primeiro-ministro e as suas obrigações com a Segurança Social e com o Fisco. Percebe-se que os princípios éticos associados ao desempenho de funções políticas são absolutamente ignorados por quem está à frente dos destinos do país - não esquecer que o primeiro-ministro já havia sido deputado antes de se esquecer de pagar as contribuições à Segurança Social. A demissão está fora de questão até porque o afastamento do cargo implica, por parte do próprio, um conjunto de princípios que pessoas como Passos Coelho simplesmente não possuem. A oposição, a poucos meses de eleições, parece preferir que o primeiro-ministro coza em lume brando. E com tanta trapalhada insistimos em não discutir possíveis caminhos e saídas para os impasses com que o país se depara. Governo e oposição (sobretudo o Partido Socialista) agem como se não tivessem de possuir um único pensamento político. Assim, continuamos sem saber o que...

Fim do sigilo bancário

Tudo indica que o sigilo bancário vai ter um fim. O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda chegaram a um entendimento sobre a matéria em causa - o Bloco de Esquerda faz a proposta e o PS dá a sua aprovação para o levantamento do sigilo bancário. A iniciativa é louvável e coaduna-se com aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a propor com o objectivo de se agilizar os mecanismos para um combate eficaz ao crime económico e ao crime de evasão fiscal. Este entendimento entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista também serve na perfeição os intentos do partido do Governo. Assim, o PS mostra a sua determinação no combate à corrupção e ao crime económico e, por outro lado, aproxima-se novamente do Bloco de Esquerda. Com efeito, a medida, apesar de ser tardia, é amplamente aplaudida e é vista como um passo certo no combate à corrupção, em particular quando a actualidade é fortemente marcada por suspeições e por casos de corrupção. De igual forma, as perspectivas do PS conseguir uma ma...

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação ...