Numa altura em que se fala invariavelmente de descontentamento, de frustração, de resignação, de um povo desiludido, não será má ideia relembrar a forma de se encontrar a felicidade neste nosso país. É evidente que o famigerado clima e as sumptuosas praias não chegam para fazer alguém feliz. A forma de se alcançar um estado de relativa felicidade dependerá de cada um de nós, todavia, a existência de uma profissão bem remunerada e bem cotada aos olhos dos concidadãos cuja visibilidade nos encha de vaidade, o desempenho de um cargo que nos permita alcançar um lugar hierárquico superior é, seguramente, um bom caminho para a tão almejada felicidade.
Mas na prática, o que é que é preciso para se ser feliz em Portugal? Em primeiro lugar, deve apostar-se desde cedo numa carreira política, e para tal, é imperativo a entrada numa “jota” qualquer. A carreira política é, em Portugal, um caminho certo para a felicidade. Em segundo lugar, e depois de iniciada a tal carreira política, é importante frequentar os círculos certos, conhecer as pessoas certas. É assim que se consolida a carreira política, com adulações e outros artifícios. No caso de possuir uma carreira fora da política, é recomendável que não se abandone por completo a promiscuidade entre a política e outras actividades, pois o aspirante a político não se pode esquecer de assegurar um lugar fora da esfera política, afinal a política não dura para sempre, e todos nós fazemos investimentos no futuro.
Por outro lado, durante o percurso político não nos podemos esquecer dos amigos de partido, e sempre que for possível devemos colocá-los em tudo o que for cargo da administração pública, isto porque as amizades devem vir sempre em primeiro lugar. E nunca esquecer o seguinte: a nossa eleição para um cargo político é também a eleição dos nossos amigos. E se por acaso durante a nossa vida política tivermos a infelicidade de sermos constituídos arguidos, é caso para reforçar a nossa posição, e nunca abandoná-la. Até porque o que é realmente importante é a manutenção a todo o custo do nosso cargo político, abdicar dele é abdicar da felicidade. Além disso, existe sempre aquela prerrogativa da legitimidade – vencemos eleições, o povo escolheu, o povo é soberano.
Enfim, não querendo cometer injustiças, é fundamental sublinhar que existem honrosas, mas escassas excepções. No essencial, o que tem estado em causa é a credibilidade do sistema, e por conseguinte, não causa admiração a ninguém a descrença generalizada nos políticos e nas instituições democráticas. É preciso que os políticos comecem a percepcionar esta situação, até porque, e retomando o tom provocatório deste texto, a felicidade ainda é só para alguns, para a maioria a realidade é outra: descontentamento, dificuldades, descrença e uma total e inexorável ausência de fé. Está é que é a verdade. A política abre portas inacessíveis ao comum dos mortais, seja no acesso a um determinado lugar nas empresas públicas e não só, seja no nosso percurso académico, seja noutra circunstância qualquer; e afinal a felicidade está aqui tão perto.
Mas na prática, o que é que é preciso para se ser feliz em Portugal? Em primeiro lugar, deve apostar-se desde cedo numa carreira política, e para tal, é imperativo a entrada numa “jota” qualquer. A carreira política é, em Portugal, um caminho certo para a felicidade. Em segundo lugar, e depois de iniciada a tal carreira política, é importante frequentar os círculos certos, conhecer as pessoas certas. É assim que se consolida a carreira política, com adulações e outros artifícios. No caso de possuir uma carreira fora da política, é recomendável que não se abandone por completo a promiscuidade entre a política e outras actividades, pois o aspirante a político não se pode esquecer de assegurar um lugar fora da esfera política, afinal a política não dura para sempre, e todos nós fazemos investimentos no futuro.
Por outro lado, durante o percurso político não nos podemos esquecer dos amigos de partido, e sempre que for possível devemos colocá-los em tudo o que for cargo da administração pública, isto porque as amizades devem vir sempre em primeiro lugar. E nunca esquecer o seguinte: a nossa eleição para um cargo político é também a eleição dos nossos amigos. E se por acaso durante a nossa vida política tivermos a infelicidade de sermos constituídos arguidos, é caso para reforçar a nossa posição, e nunca abandoná-la. Até porque o que é realmente importante é a manutenção a todo o custo do nosso cargo político, abdicar dele é abdicar da felicidade. Além disso, existe sempre aquela prerrogativa da legitimidade – vencemos eleições, o povo escolheu, o povo é soberano.
Enfim, não querendo cometer injustiças, é fundamental sublinhar que existem honrosas, mas escassas excepções. No essencial, o que tem estado em causa é a credibilidade do sistema, e por conseguinte, não causa admiração a ninguém a descrença generalizada nos políticos e nas instituições democráticas. É preciso que os políticos comecem a percepcionar esta situação, até porque, e retomando o tom provocatório deste texto, a felicidade ainda é só para alguns, para a maioria a realidade é outra: descontentamento, dificuldades, descrença e uma total e inexorável ausência de fé. Está é que é a verdade. A política abre portas inacessíveis ao comum dos mortais, seja no acesso a um determinado lugar nas empresas públicas e não só, seja no nosso percurso académico, seja noutra circunstância qualquer; e afinal a felicidade está aqui tão perto.
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