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Orçamento da continuidade

Está feito o OE para 2020, depois do anúncio, com toda a pompa e circunstância de 800 milhões para o Serviço Nacional de Saúde, a excepção neste orçamento, o resto fica na mesma ou pior.
Apesar de ser anunciado como o orçamento do superavit - o primeiro - nada de substancial muda e nem os 800 milhões injectados no SNS são garantia de melhoria dos serviços. E nada de substancial pode mudar estando Portugal sujeito às draconianas regras europeias.
Por conseguinte, e com a escassa margem de manobra que cada Estado-membro possui, os orçamentos serão sempre de continuidade - um percurso sinuoso que coarcta os Estados nas suas funções, sobretudo nas suas funções sociais, mas também no investimento necessário ao desenvolvimento do país.
Orçamento de continuidade é uma mera consequência do famigerado e irónico Pacto de Estabilidade e Crescimento e tudo o que sobra são migalhas para serem distribuídas pelos pobres, o que nem sempre se verifica.

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