O presente já o conhecemos: o inferno na terra, parafraseando o secretário-geral da ONU, António Guterres. O que não sabemos é o que será da Síria quando as armas se calarem. É compreensível que esta não seja a preocupação a dominar a agenda internacional, desde logo porque o tal inferno de que Guterres falava continua, apesar dos vários ensaios de um cessar-fogo. Todos pensam no presente e ninguém está, neste momento, a desenhar cenários de futuro. De qualquer modo, parece evidente que Bashar al-Assad, com o decisivo apoio de russos e iranianos, sairá vencedor desta guerra indescritível. Bashar al-Assad é acusado de crimes contra o seu próprio povo, alguns dos quais incluem a utilização de armas químicas. A barbárie não terá sido apenas perpetrada por al-Assad, mas ele é indubitavelmente responsável pelos actos mais hediondos praticados contra o povo sírio. Como é que um facínora - o adjectivo será um eufemismo na perspectiva de muitos sírios - pode trazer qualquer espécie de paz...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.