Quando a esquerda ou a direita
democráticas repugnam afere-se que quem proferiu tais palavras
denota a sua pouca ou nenhuma apetência para aceitar e consolidar
essa democracia.
Este é claramente o caso de Elina
Fraga, aposta de Rui Rui que mantém a sua posição irredutível no
que diz respeito à ex-bastonária da Ordem dos Advogados sob
suspeita e investigada pela justiça – continua a dar o seu apoio,
sem uma única piscadela de olhos.
Houve quem procurasse defender Elina
Fraga lembrando a inexperiência da agora vice-presidente do PSD. Não
se trata de inexperiência, trata-se isso sim de uma visão que é
partilhada e que tem mais em comum com os apaniguados do PSD – os
mesmos que ainda têm o partido sob seu domínio – do que estes
gostariam de admitir. Na verdade, eles têm muito em comum com Fraga,
desde logo a começar pela tal visão partilhada e que se caracteriza
pela intransigência e por um conjunto de preconceitos que estiveram
na base da teoria que postula(va) que a solução governativa em
vigor não teria qualquer futuro e correspondia mesmo a uma ameaça à
democracia portuguesa.
Ora, não só a referida solução tem
funcionado exemplarmente como se percebe que as únicas ameaças à
democracia são aqueles que rejeitam o seu pluralismo sentindo-se
repugnados, como o caso de Fraga.
Recomenda-se que Fraga e a orfandade
de Passos Coelho façam uma séria reflexão sobre a hostilidade que
caracteriza a sua relação, até porque eles têm mais em comum do
que se supõem.
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