Avançar para o conteúdo principal

Qual ética, qual quê?

Há comportamentos abjectos que ainda se tornam mais abjectos quando adoptados na política. Durão Barroso vem dando fortes contributos, sobretudo agora que "trabalha" para a inefável Goldman Sachs.  Apesar do prometido, lá vemos Durão Barroso, ex-Presidente da Comissão Europeia, deambular pelos corredores dessa mesma comissão para fazer lobby.
Nunca é demais recordar que Barroso deu garantias de que não faria lobby junto de Bruxelas. De resto essa promessa serviu precisamente de moeda de troca aquando da investigação que acabou arquivada.
Como se vê, Barroso é um homem de palavra. Qual ética, qual quê? Afinal que utilização dá um ser rastejante à ética? Nem saberia o que fazer com ela.
Juncker, actual Presidente da Comissão, veio dizer que Barroso não é um gangster. Também neste particular não existem surpresas. Para a Comissão Europeia, como para as restantes instituições, a economia deixou de subjugar à política e esta deixou de se subjugar à ética. Barroso quase que se integra na perfeição numa UE rendida aos interesses económicos. Quase. Não consegue essa integração plena porque os seus comportamentos são demasiado abjectos até para a própria UE, cujos cidadãos não aceitam de ânimo leve criaturas como Durão Barroso. Se fosse nos EUA... a história poderia muito bem ser outra.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecência...

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa...

A morte lenta de democracia

As democracias vão morrendo lentamente. Exemplos não faltam, desde os EUA, passando pelo Brasil. No caso americano cidades como Portland têm as ruas tomadas por forças militares, disfarçadas de polícia, que agem claramente à margem do Estado de Direito, uma espécie de braço armado do Presidente Trump. Agressões, sequestros, prisões sem respeito pelos mínimos que um Estado de Direito exige, são práticas reiteradas e que ameaçam estender-se a outras cidades americanas. Estas forças militares são mais um sinal de enfraquecimento da democracia americana. Recorde-se que o ainda Presidente ameaça constantemente não aceitar os resultados que saírem das próximas eleições, isto claro se perder.  No Brasil a história consegue ser ainda pior e mais boçal. A família Bolsonaro e as milícias fazem manchetes de jornais.  Em Portugal um partido como o "Chega" é apoiado por proeminentes empresários portugueses, como a revista Visão expõe na sua edição desta última sexta-feira. A democr...