Donald Trump fez o seu primeiro discurso do Estado da União. Altivo, cheio de si próprio e alheio ao facto de ter as mais baixas taxas de popularidade de que há memória, Trump decidiu proclamar um "novo momento americano", facto difícil de refutar: os EUA atravessam um momento novo, diferente, pior.
O Presidente americano não se coibiu de proferir um quantidade inusitada de auto-elogios. Aparentemente, e segundo Trump, a economia americana só vai bem graças ao seu trabalho que começou há pouco mais de um ano. De resto e já que estamos numa de reclamar responsabilidades, importa dizer que, a julgar pelas palavras de Trump, a vitória contra o Daesh no Iraque e na Síria deve-se, evidentemente, a Donald Trump.
Dito por outras palavras, o discurso do Estado da União foi mais uma oportunidade para o Presidente americano mostrar o seu vazio e egocentrismo. Assim como se tratou de uma nova oportunidade para se perceber como Trump contribui para a desunião, mesmo que tenha afirmado querer estender a mão aos democratas, num tom aparentemente conciliador que não enganará quem quer que seja. Trump construiu a sua imagem a partir do conflito e continuará a fazê-lo.
Mais nuclear e mais Guantánamo são a novidade deste discurso do Estado da União. Pelo caminho fica mais um conjunto de promessas sobre a construção do muro que dividirá os EUA do México. O muro, o seu leitmotiv que se transformou numa verdadeira anedota.
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