O congresso do PSD que serviu para
entronizar o líder eleito Rui Rio foi o espelho da pequenez de um
partido desorientado por estar longe do poder e, pior de tudo, sem
perspectivas de o recuperar.
A pequenez do partido é patente na
forma como as distritais que apoiaram Rio se mostraram “magoadas”
por terem ficado excluídas, nas escolhas polémicas como o caso da
inefável ex-bastonária da Ordem dos Advogados, Elina Fraga, nos
avisos de quem ainda não foi a eleições, mas parece querer ir
agora, como é o caso de Luís Montenegro e na omnipresença de
Santana Lopes. Pelo meio, muitos não acreditam nas palavras de Rui
Rio a rejeitar a possibilidade de um bloco central.
O resto do congresso voltou a
pautar-se por mais pequenez, com exercícios repetitivos sempre com
José Sócrates na boca de todos. De resto, não há mais nada para
além de Sócrates. Não há ideias, projectos ou qualquer coisa
remotamente semelhante, apenas tentativas de promover a mediocridade
e ignomínia a heroísmo, tudo num conjunto de exercícios
verdadeiramente surreais.
E ainda na pequenez a voz que fala
mais alto pertence aos órfãos de Passos Coelho que vêem em Rio um
líder de transição e olham para Montenegro como um pai em
potência. E este será o maior problema de Rio, este e a mais
inexorável ausência de ideias num contexto em que a esquerda
continua a surpreender, sempre pela positiva.
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