O famoso juiz da operação anti-corrupção Lava-Jato, elevado a
ministro da Justiça pelo inefável Presidente Bolsonaro despreza os mais
elementares princípios do Estado de Direito democrático. Nada de novo,
muitos já o tinham afirmado, mas agora vemos tudo bem condimentado com
mensagens trocadas entre 2015 e 2018 entre Moro, juiz dos casos de
corrupção, e o procurador que liderava as investigações.
Ora,
o Juiz do processo, que devia julgar os factos, mostra-se
particularmente activo nos pedidos que faz ao procurador - uma espécie
de juiz justiceiro que o Estado de Direito não admite. De resto, o site Intercept,
responsável pela divulgação das mensagens, mostra um juiz/patrão e um
procurador/empregado, facto inaudito que, uma vez mais, choca com os
princípios mais elementares do Estado de Direito.
Moro
claramente cometeu uma ilegalidade, o que coloca em causa este e outros
processos julgados pelo juiz, mas mais: este juiz chegou a ministro,
embora sempre afirmasse não ter ambições politicas, por via da sua
actuação no famigerado processo Lava-Jato. Este é um dos ministros mais
importantes de Bolsonaro.
Moro, no alto da sua arrogância,
defende-se, afirmando que se trata de um conjunto de mensagens tiradas
do seu contexto. Evidentemente. Por terras lusas, haverá muito boa gente
que começa a pensar o que fazer com aquele autógrafo sacado numa das
muitas presenças do super-juiz brasileiro em Portugal. Há sempre aquele famigerado destino que a boa educação me impede de revelar nestas linhas.
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