A ideia não é nova. Alguns dos que
foram directamente atingidos pela ira do Juiz Neto de Moura já
avançaram com esta possibilidade, mas aparentemente o Juiz não só
não volta atrás, como não terá percebido o quão isolado se
encontra. As suas posições que servem para fundamentar decisões
judiciais são tão escabrosas que não colhem junto de quem quer que
seja, e pelo menos outros que perfilhem essa ignomínia não o fazem
publicamente.
O
Juiz que de tão mau já dispensa apresentações sente-se ofendido e
recorre aos tribunais para processar deputados, jornalistas e até
humoristas. Não se sabe qual o grau de ofensa das vítimas de
violência doméstica tão desprezadas pelo Meritíssimo.
De
resto, é precisamente por causa de todos os que deviam ser
protegidos pela justiça, quer através do reconhecimento dos crimes
e do seu impacto na vida de quem os sofre, quer através da
respectiva sentença, que todos usam a liberdade de expressão para
se prenunciarem, seja através de um caminho mais político, mais
opinativo ou até humorístico. Todos os fazem pelas vítimas,
expondo para isso um juiz cavernoso protegido pelos seus pares. É
pelas vítimas que falamos, que gritamos, que lutamos e os tais
processos do inefável juiz são muito pouco para nos travar. De
resto, o carácter abjecto das considerações do juiz a par destes
processos apenas trazem a lume o grave problema da violência
doméstica e o anacronismo medieval que ainda calcorreia os
corredores dos tribunais.
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