O
incêndio de Monchique, apesar de ter causado significativos danos
materiais e psicológicos, ficou muito aquém de outras catástrofes
do passado recente. Ora aqui está uma desgraça que por não ter
sido total e inexorável não encheu as medidas da oposição abutre.
Assim
sendo, restaram algumas críticas à forma como o primeiro-ministro
mostrou satisfação com o desfecho, não se percebendo muito bem o
que é que o PSD, autor das críticas, pretendia. Um
primeiro-ministro choroso? Resignado? Melancólico?
Enfim,
não sendo esta uma estratégia com pernas para andar, existiu quem
tentou cavalgar na onda de insatisfação das populações, não
tocando obviamente no centro dessas críticas, mas andando à volta
da “desorganização no terreno” e por aí fora.
Ou
seja, ainda não foi desta que uma oposição vazia de ideias e de
estratégia, com o maior partido da oposição ainda a chorar a perda
do Pai Pedro Passos Coelho, conseguiu os colher frutos tão
necessários para umas eleições que se avizinham.
É
certo que o Verão ainda não acabou e que as alterações climáticas
que afinal são bem reais e têm o nosso dedo podem provocar uma nova
catástrofe, mas tudo indica que não será da desgraça que PSD e
CDS conseguirão colher os tais frutos.
Por
outro lado, a aprovação do Orçamento de Estado para 2018 parece
bem encaminhada, o que retira margem de manobra aos referidos
partidos.
É
bem verdade que o sucesso de uns representa amiúde o fracasso de
outros, designadamente daqueles cuja saída pode deixar a porta
aberta para o regresso de um qualquer apaniguado do desaparecido
Pedro Passos Coelho e para um regresso ao neoliberalismo de pacotilha
tão caro ao PSD.
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