António
Arnaut, fundador do Partido Socialista, faleceu ontem. Todas as
homenagens são justas.
Aquele
que ficou conhecido por pai do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e
que manifestava não apreciar o epíteto foi sobretudo um humanista.
Na verdade já se sente a falta de quem apregoou o humanismo e o
sentido de justiça. Arnaut não apreciava o epíteto, mas a verdade
é que lhe devemos muito.
O
SNS anda pelas ruas da amargura e a melhor homenagem que se pode
prestar ao fundador do Partido Socialista é lutar para que o SNS
saía deste caminho deplorável que tem vindo a percorrer, sobretudo
na última década, com a degradação dos serviços e com o
frequente desrespeito pelos profissionais de saúde.
António
Arnaut não apreciava que o considerassem pai do SNS e é bem verdade
que todos somos responsáveis pelo estado da Saúde pública em
Portugal; todos devemos estar empenhados em lembrar aos de hoje que
vergar-se perante as instituições europeias já não é opção e
culpar os de ontem pelo estado do SNS também tem deixar de o ser.
A
António Arnaut devemos muito e todas as homenagens serão justas,
lembrando o humanista, mas sobretudo lembrando a importância de
intensificar a luta por um SNS digno.
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