O
fim-de-semana poderia ter sido marcado pelo congresso do CDS-PP se
alguém estivesse verdadeiramente a prestar atenção, excepção
feita a alguns saudosistas de uma democracia-cristã que já não
existe e de outros, também em número insignificante, saudosistas de
outros tempos, e com esperança que o CDS possa vir a ser mais do que
é.
Porém
e para os poucos que prestaram alguma atenção, destaca-se um número
inusitado de intervenções com garantias de que o CDS não se
entenderá com o PS, impondo-se a seguinte questão: será que o PS
alguma vez manifestou intenção de se coligar com o CDS? A resposta
é obviamente negativa.
Na
verdade, o CDS preferiu fazer do PS elemento central nos seus
discursos para não tocar na alteração na liderança do PSD, o que
poderá inviabilizar a tábua de salvação do CDS: coligação com o
PSD. Rui Rio não é Passos Coelho e o PSD que preconiza parece
conter esse afastamento do CDS, pese embora existam vozes no seu
partido que pugnam por essa aproximação.
Resta
assim um CDS que não se cala com o PS e com os "perigos das
esquerdas unidas", sem saber muito bem como lidar com um Rui Rio
que dá sinais de preferir entendimentos com o PS do que com o CDS.
Vai fingindo que não precisa de ninguém, até porque poderá
“roubar” votos ao PSD. Talvez outra ilusão,
No
cômputo geral, o CDS procura, a todo custo, sobreviver, consolidando
a ilusão de que se trata de um partido bem mais relevante do que
aquilo que as sondagens e os resultados têm mostrado. E estes
congressos servem precisamente para perpetuar essa ilusão.
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