O actual Executivo, apesar de ser coadjuvado por partidos que habitualmente estão fora do chamado arco de governação, insiste em ser igual aos outros, nos piores aspectos possíveis. Só deste modo se compreende a notícia da Visão que dá conta de problemas estruturais na Ponte 25 de Abril que só não solucionados porque o Ministério das Finanças não liberta o dinheiro necessário para a intervenção. E, num contexto de problemas estruturais que colocam em causa a segurança da ponte, o processo arrastou-se, empurra-se com a barriga. No mesmo dia em que se conheceu a capa da Visão, o Governo prometeu uma intervenção urgente ainda este mês de Março.
Brincar com o fogo e sobretudo brincar com os sismos, num país em risco sísmico. Como reagiria a Ponte 25 de Abril. fragilizada, segundo o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, a um sismo de intensidade considerável? No Ministério das Finanças ninguém pensa que não vale a pena arriscar vidas, num desastre que a acontecer seria inédito pela dimensão e por acontecer num país da UE, para se cumprir as metas impostas por essa mesma UE? Ninguém pensará que se algo catastrófico acontecesse não haveria sequer justificação, como a má sorte, o fado, ou coisa semelhante? E se a revista não tivesse dado a notícia? Durante quanto tempo tudo isto se arrastaria? Até ao colapso?
O busílis da questão está nas metas impostas que comprometem o funcionamento dos serviços e infraestruturas do Estado, o que se verifica na Saúde, na Educação e nas infraestruturas do Estado que, embora concessionadas, quando tudo corre mal, é o Estado e não a concessionária a ser chamada a resolver o problema. São os contratos,não é verdade? Agora a situação está controlada, dizem-nos. E quando o amanhã não fizer as manchetes dos jornais?
Parece que se está disposto a trocar vidas humanas em troco de umas décimas no défice. Nem Fausto faria pacto mais bizarro.
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