A
greve dos professores trouxe, uma vez mais, ao de cima as
dificuldades que este ou qualquer outro Governo encontraria para
corrigir esta e outras tantas injustiças. Todavia e contrariamente
ao anterior Executivo, este tem na sua cartilha ideológica a vontade
política de corrigir injustiças, pelo menos a vontade está lá, e
a prova disso mesmo prende-se com a reposição de rendimentos que
são apanágio do Governo de Costa, coadjuvado pelos partidos mais à
esquerda. Esta é uma diferença fundamental: os recursos são
parcos, os constrangimentos externos incomensuráveis, mas
ideologicamente este Governo procura uma justa redistribuição de
rendimentos, totalmente o contrário do que fazia o anterior
governo.
Com
efeito, o Governo de Passos e Portas deram um forte contributo para o
alargamento do fosso entre quem mais tem e quem pouco ou nada tem,
fomentando desigualdades e injustiças que fazem parte da cartilha
que seguem, nunca se coibindo de promover divisões entre os
cidadãos, com especial relevo para funcionários públicos versus
trabalhadores do sector privado. E este é todo um mundo de
diferença.
O
actual Governo tem procurado fazer o contrário e com resultados
melhores, mesmo contando com a relutância e cepticismo da Europa.
Todavia, é difícil ir mais longe na eliminação das injustiças
sem exaltar os ânimos europeus - coisa que nem PS, nem o Presidente
da República admitem como possibilidade. Deste modo, as ditas
injustiças, muitas delas aprofundadas nos anos em que a troika
excitava as hostes laranjas, continuarão a existir e o melhor dos
cenários parece ser a possibilidade de não se verificar um
aprofundamento dessas mesmas injustiças. Pelo menos para já
torna-se intrincado traçar outro cenário.
Comentários