Como
será o PSD depois de Passos Coelho? Poder-se-á falar num novo
capítulo da história do partido? Duas figuras de proa avançam com
candidaturas que procurarão dar uma outra imagem ao partido: menos
cinzenta, mais social-democrata, mais próxima dos cidadãos. Um -
Santana Lopes - não quererá ouvir falar em bloco central; já Rui
rio parece mais próximo dessa ideia. Um - Santana Lopes - falará do
PPD-PSD e da sua herança até à exaustão; outro - Rui Rio -
tentará ir pela via social-democrata, afastando-se da deriva
neoliberal de Passos Coelho, o que lhe poderá custar votos entre os
apaniguados do ainda líder do partido.
A
conjuntura não é a melhor: a geringonça, apesar de um ou outro
percalço, vai permanecendo, com o beneplácito do Presidente da
República. As condições económicas são claramente favoráveis e
muitos continuarão, pelo menos nos próximos tempos, a associar a
imagem do PSD ao Diabo que nunca chegou.
Por
outro lado, há uma quantidade indeterminada de órfãos de Passos
Coelho que anseiam por um novo pai. Tenho dúvidas que essa orfandade
veja em Rui Rio a tão almejada figura paterna. E esse poderá ser o
maior problema de ex-Presidente da Câmara do Porto.
Com
efeito, talvez seja exagero falar-se num novo capítulo, até porque
há muita gente no aparelho do partido que se identificam com aquela
espécie de neoliberalismo apregoada por Passos Coelho e Maria Luís
Albuquerque; muitos que nem sequer querem ouvir falar num bloco
central e que acreditam que, entre a mediocridade e essa espécie de
admirável novo mundo neoliberal, está o céu. O partido tão cedo
não esquecerá Pedro Passos Coelho. E a sua herança é pesada.
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