O
teste,
desta feita com recurso a uma bomba de hidrogénio, é não só mais
um exercício em que Kim Jong-un enceta nova manifestação de força,
como é mesmo a mais inquietante manifestação de força do surreal
regime norte-coreano.
Kim
Jong-un, apesar das incertezas e das encenações, revela estar
disposto a tudo para se perpetuar no poder, recusando ser mais um
ditador a cair como tantos outro antes de si. As ameaças, sobretudo
com recurso ao nuclear e
a mísseis interbalísticos,
são o instrumento de eleição do líder norte-coreano que
intensificou as referidas manifestações de força sobretudo depois
da eleição de Donald Trump.
O
teste da bomba “H”, depois de ameaças directas à ilha de Guam,
são motivos de forte inquietação, embora não para todos. O líder
do PCP, na festa do
Avante
que contou com uma delegação
do partido comunista da Coreia do Norte, prefere apontar o dedo
exclusivamente aos americanos, ao velho e conhecido imperialismo
americano, ilibando por inerência um regime que não só é maior
antítese da democracia como representa um perigo regional e global.
Por
estas páginas critica-se, com especial veemência, a Administração
Trump, considerando o actual Presidente nefasto para a democracia
americana e para o mundo. Porém, as diferenças entre a democracia
americana, com todos os seus defeitos, e a ditadura norte-coreana que
desafia a imaginação capaz dos cenários mais rebuscados, são
abismais.
Paralelamente,
se existe um regime que coloca em causa a paz mundial, não se
coibindo de ameaçar os países vizinhos, esse regime é o
norte-coreano. Jerónimo de Sousa procurou não decretar o apoio do
seu partido ao regime da Coreia do Norte de forma mais directa, mas
acabou por mostrar de que lado está o PCP e novamente o PCP está do
lado errado. Não
é o “imperialismo americano” o responsável “pela criminosa
escalada de confrontação que, a não ser travada, conduzirá a
Humanidade à catástrofe”. É exactamente o contrário.
O
facto é que não se pode apregoar a democracia e piscar à ditadura
mais execrável. Com
efeito “não há festa como esta”. Tão surreal, pelo menos.
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