Resta
pouco, muito pouco, para comentar, mesmo sem que o último debate
entre Hillary Clinton e Donald Trump tenha iniciado. Talvez a palavra
"debate" mereça ser substituída por "combate",
tendo em consideração a acrimónia, a violência verbal e a
boçalidade que caracterizou os anteriores debates e toda a postura
de Donald Trump.
Daqui
por umas horas tem início o último debate. Todos receiam o pior,
ninguém sabe se Trump se submete ou não a um teste de drogas,
depois de ter acusado Clinton de ter estado sob a influência de
estupefacientes no anterior debate.
Discute-se
tudo, menos política. A política americana bateu no fundo e mesmo
que Trump não vença as eleições, já abriu um precedente e,
sobretudo, abriu a porta que nos permite ver uma democracia
apodrecida. muito longe dos ideias dos pais fundadores tão queridos
aos americanos. Trump contribuiu para que seja visível uma sociedade
dividida, ainda muito longe de ultrapassar as questões raciais,
próxima, muito próxima da misoginia e desigual, profundamente
desigual. A isto acresce a dose certa de ódio e ignorância,
potenciados pelas divisões raciais e pelas desigualdades e temos uma
combinação explosiva.
Já
pouco interessa se no último debate ou combate Trump consegue descer
ainda mais baixo. O mal está feito e Trump, a par do Partido
Republicano, deixam a nu uma sociedade que, pese embora se apresente
como desenvolvida, está a milhas de distância desse feito.
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