E
espera-se que seja a primeira de muitas, até à vitória final.
Refiro-me, claro, ao primeiro debate que colocou frente a frente
Hillary Clinton e Donald Trump. Num momento em que, apesar de todo o
espectáculo, exige-se preparação e seriedade e em que Trump não
teve hipótese. A candidata democrata mostrou estar à frente no que
toca às exigências que o cargo implica.
Todavia,
e apesar da sondagem da CNN dar uma clara vitória a Clinton - mais
de 60% dos inquiridos consideraram que a candidata democrata venceu o
debate -, nada está garantido: faltam dois debates e a estranha
possibilidade de um número significativo de americanos escolherem
Trump para seu Presidente. Talvez Thomas Picketty volte a acertar em
cheio: é mais fácil escolher como inimigo os imigrantes, os
estrangeiros, aqueles que são, de alguma forma, diferentes de nós,
do que o capitalismo selvagem que nos oferece nada mais do que
pobreza, desemprego e a mais abjecta ausência de perspectivas. A
isto acresce uma forte dose de ignorância e a cultura do espectáculo
que invalida o pensamento e o espírito crítico. Talvez seja este a
súmula do que vai nas mentes daqueles que nos EUA escolhem Trump e
que na Europa apoiam criaturas semelhantes.
De
qualquer modo, a vitória de Clinton, com todos os seus defeitos, que
não são poucos, é uma excelente notícia. A mera possibilidade de
ver Trump na Casa Branca causa um arrepio na espinha de todo o mundo.
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