O
que dizer de políticos que, apesar das injustiças gritantes, pugnam
por castigos aos seus próprios países. Será masoquismo. Não
exactamente. Esses castigos traduzem-se invariavelmente por mais
austeridade sobre os do costume. Não recaem sobre Cavaco Silva e
companhia. Não recaem sobre aqueles que, no desempenho de funções
públicas, só conseguem viajar em automóveis de 150 mil euros.
Por
conseguinte, é difícil associar este género de fenómenos a
exercícios de masoquismo. Então, serão sadismo? Talvez. De resto,
Cavaco deu largos contributos para o sofrimento do povo, restará
apenas saber qual o prazer associado a esse sofrimento.
No
entanto, trata-se sobretudo de pequenez própria da natureza de quem
pouco ou nada tem para oferecer, para além de uma maldade
indisfarçável.
A
grande questão é, porém, outra: como é que personagens saídas de
um filme de má qualidade, homens sem quaisquer qualidades,
reminiscências de um tempo passado, criaturas ultrapassadas em todos
os sentidos, acabam por ser escolhidas em sufrágio universal.
Há
ainda assim um reparo menos negativo a fazer: Cavaco Silva continua
igual a si próprio - a pior versão de político da história da
democracia. Surpreendente é o facto de existir quem perfilha a mesma
opinião do antigo Presidente da República, faltando-lhes contudo a
coragem de o assumir.
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