Pedro
Passos Coelho, ex-primeiro-ministro de má memória, disse em
entrevista que o apoio do PSD não é tóxico para Marcelo e
acrescentou a razão que subjaz ao apelo aos eleitores do PSD para
que votem em Marcelo: Marcelo tem “da função presidencial uma
noção institucional que não difere, na sua natureza, daquela que
tem sido a interpretação do professor Cavaco Silva”.
Se
por um lado suspeitava-se da toxicidade do apoio de Passos Coelho a
Marcelo, por outro o ex-primeiro-ministro veio corroborar essa mesma
toxicidade comparando a candidato Marcelo Rebelo de Sousa ao ainda
Presidente Cavaco Silva. Dir-se-á que se trata de uma similitude
meramente institucional, mas as questões institucionais são
nucleares para o cargo de Presidente da República.
Louvo
Passos Coelho pela sinceridade das palavras e pelo contributo para um
esclarecimento que se impõe. Ficamos assim a saber que Marcelo
partilha a mesma visão institucional que Cavaco Silva. E o que
partilharão mais, para além da dita visão institucional e para
além ainda de uma vacuidade indisfarçável?
Para
aqueles que acreditam na necessidade de revitalizar o cargo de
Presidente da República, depois destes dez anos de Cavaquismo
decrépito, lembrem as palavras de Pedro Passos Coelho, reforçando
as semelhanças entre Marcelo Rebelo de Sousa e Cavaco Silva.
Nota:
Ramalho Eanes também achou por bem estabelecer semelhanças entre o
candidato que apoia, Sampaio da Nóvoa, e Cavaco Silva. Um exagero de
retórica, esperemos, e um óbvio constrangimento para o próprio
Sampaio da Nóvoa.
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