Depois de debates
que puseram a nu a tibieza de
boa parte dos
candidatos e de debates com candidatos que não parece querem ser
levados a sério, Marcelo Rebelo de Sousa e Sampaio da Nóvoa
protagonizaram um dos debates mais esperados. A expectativa era alta
e compreende-se: este era o debate que punha frente-a-frente o
candidato forjado pela televisão e o candidato que possui
características que todos reconhecem como sendo importantes para o
desempenho do cargo, não sendo,
porém, uma personalidade
suficientemente conhecida.
Perante o contraste
entre a vacuidade de Marcelo e o humanismo, inteligência e seriedade
de Sampaio da Nóvoa, resta pouco a dizer, exceptuando o facto de
Marcelo, que tem optado por se fazer de morto para substituir outro
morto que ainda ocupa o Palácio de Belém, ter sido obrigado a
entrar na campanha. Uma entrada nada promissora. Marcelo conta as
semanas, dias e horas até ao dia 24 deste mês.
Creio que todos os
cidadãos reconhecem a necessidade de revitalizar a Presidência da
República, depois destes malfadados anos de uma espécie de
Cavaquismo decrépito. Feito esse reconhecimento, será possível
acreditar que Marcelo Rebelo de Sousa – candidato da direita do
atavismo, homem anacrónico, vazio e insidioso é a pessoa certa para
o lugar em questão? Não serão essas mesmas características
aquelas que tanto se criticou em Cavaco Silva? Por
que razão insistimos no erro? Porque a televisão assim nos ordena?
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