A
direita assanhada, liderada por Passos Coelho e por Paulo Portas, não
foi capaz de se conter nas palavras quando a nomeação de Pacheco
Pereira para a administração da Fundação de Serralves foi
notícia. "Tacho" gritaram em uníssono. "Gratificação"
e "Recompensa pelas críticas dirigidas ao Governo de Passos
Coelho" vociferaram os ilustres representantes da dita direita
assanhada.
Escusado
será lembrar o currículo de Pacheco Pereira, mais do que adequado
para o cargo em questão. Mas o que é irónico é ver as almas mais
assanhadas da direita inquietarem-se com a nomeação de Pacheco
Pereira. Estas são as mesmas pessoas que consideram normal a
promiscuidade existente entre governo e escritórios de advogados ou
a promiscuidade entre poder político e poder económico; os mesmos
que vêem com naturalidade a venda de tudo e mais alguma coisa,
ficando-se na dúvida se estariam também dispostos a vender a alma
ao Diabo por um percentagem. Os que agora se insurgem contra a
nomeação de Pacheco Pereira para um cargo não remunerado, são os
mesmos que consideram normal que Sérgio Monteiro - o homem que
vendeu tudo, em nome do Governo - tenha agora direito a uma
remuneração de 30.000,00 euros para vender o Novo Banco. Já para
não falar nas nomeações remuneradas feitas por um governo em
gestão.
Gritam
tacho, assanham-se com aquilo que consideram um prémio concedido um
traidor, mas a verdade é que é que os cães ladram enquanto a
carruagem passa e
a dupla Passos Portas é que ficou no fundo do tacho em lume brando.
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