Passos
Coelho, um indefectível europeísta, dedicado a seguir todas as
ordens de quem manda na Europa, acabou precisamente por ser traído
por essa Europa – tudo em escassos dias. Primeiro, Donald Tusk,
Presidente do Conselho Europeu, acabou por revelar que a brilhante
ideia que Passos Coelho reclamou como sua e alegadamente
desbloqueadora do impasse europeu, foi afinal ideia do
primeiro-ministro holandês.
Depois
foi vez de Jean-Claude Juncker, revelar que o Governo português, à
semelhança do espanhol e irlandês, manifestou não querer sequer
discutir qualquer alívio da dívida grega antes dos períodos
eleitorais que se aproximam. Tratou-se, segundo o Passos Coelho, de
um mal-entendido e de uma meia-verdade.
Finalmente,
o Organismo Europeu de Luta Anti-fraude levanta questões sobre a
famigerada empresa administrada por Passos Coelho: Tecnoforma - uma
investigação que envolve o Ministério Público português e a
Direcção-geral do Emprego para recuperar verbas indevidamente
utilizadas pela Tecnoforma. Refira-se que no período em causa os
fundos estavam sob tutela de Miguel Relvas e Passos Coelho prestava
consultadoria à empresa. Anos volvidos, Passos Coelho lá aprendeu
mais sobre pagamentos à segurança social.
O
primeiro-ministro. um perdido pela Europa, sobretudo pela Europa de
Merkel, sempre disposto a tudo para agradar à UE, credores e afins,
é agora tramado pela mesma Europa que tanto adulou. Ironias do
destino.
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