Desde
a eleição Syrisa (mesmo coligado com o Anel) que este partido e o
país têm sido alvo de todas as críticas, ora por se tratar de um
partido extremista (a social-democracia e a defesa dos cidadãos que
se representa são afinal valores extremistas), ora porque o país é
atrasado e preguiçoso.
O
Syrisa está há escassos meses na governação e o seu trabalho tem
sido o de conter o desastre que se abateu sobre o seu país. O Estado
grego precisa de ser modernizado, diz-se. É verdade. Não será o
único do contexto europeu a ter essa necessidade e para isso é
necessário tempo e estabilidade - coisas que a Grécia não tem
tido.
Outra
crítica aplica-se à evasão fiscal e à corrupção - críticas
feitas amiúde por aqueles que se calam perante os paraísos fiscais
e desvarios da alta finança que são comuns em países que fazem
parte da UE. Mas também neste particular da evasão fiscal e
corrupção, o Syrisa deu início a políticas de combate à fuga de
impostos e à corrupção, mas mais uma vez é necessário mais tempo
e estabilidade.
A
título pessoal critico o Syrisa por ainda não ter feito todos os
esforços necessários para o estreitamento de relações com
Estados-membros que possam divergir, minimamente, do ditame europeu.
Porém, reconheço a dificuldade dessa tarefa e reconheço que tudo
será mais fácil quando se verificarem alterações na configuração
política de alguns Estados-membros.
Com
mais tempo e estabilidade o Governo grego deve prometer e cumprir a
intenção de modernizar o Estado e combater a evasão fiscal, a par
da corrupção. Deste modo, liquida a linha de argumentação
daqueles que querem fazer da Grécia e do Syrisa um exemplo de tudo o
que está errado com - espante-se! - a Europa. O certo é que mesmo
de forma enviesada esta linha de argumentação enfraquece a posição
grega e desvia a atenção daquilo que deve verdadeiramente ser
discutido: a origem da dívida pública grega, o que fazer com essa
dívida e o que será de uma Europa rendida a interesses que não se
coadunam com os interesses dos seus cidadãos.
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