A
TAP foi vendida e o choque chegou com o valor que entra para os
cofres do Estado - uns meros 10 milhões de euros. Mas os contornos,
segundo o Jornal de Notícias e outros jornais ainda conseguem ser
mais escabrosos.
Percebe-se
sem grande dificuldade que qualquer avião dos 77 aviões da frota da
companhia aérea vale mais do que o encaixe do Estado. Outro aspecto
interessante do negócio prende-se com o facto da empresa compradora
preparar-se para vender ou alugar parte da frota, transformando o
negócio num negócio a custo zero. E o compromisso de comprar mais
aviões?
Existe
igualmente uma projecção de lucros que ascende a 2,3 mil milhões
de euros em 5 anos. O banco estatal brasileiro que está por detrás
do negócio é o banco que está por detrás de investimentos
brasileiros e por detrás de escândalos de corrupção sem
precedentes que têm afectado de forma indelével a imagem da
Presidente Dilma Rousseff.
O
negócio arrepia o comum dos mortais, mas vamos a reacções: o
Presidente da TAP, Fernando Pinto, nunca escondeu o seu entusiasmo
com o negócio. Pudera, está garantido um lugar para si na futura
administração da empresa; o Governo regozija-se com o negócio,
mais um ruinoso para o interesse público, mas que agrada à casta e
é sobretudo isso que interessa; o Presidente da República
confessa-se aliviado com o negócio - o que não merece sequer
comentários, não vale a pena comentar o ridículo que se apossou de
quem está à frente dos destinos do país; os cidadãos, salvo
honrosas excepções, comportam-se como se tudo isto se encaixasse
num contexto de normalidade. Arrepiante num país que fez o negócio
conhecido dos submarinos a par de outros negócios ruinosos para o
interesse público.
Seguem-se os transportes de Lisboa.
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