O
novo governo grego já marcou indelevelmente a política europeia.
Simplesmente não estamos habituados a políticos empenhados em
defender os interesses dos cidadãos, em oposição à habitual
defesa de interesses que chocam com o bem comum - a própria
definição de política. E tanto mais é assim que as negociações
entre Eurogrupo e Grécia para a extensão do programa por quatro
meses terá sido das mais acesas de que há memória.
A
lista de reformas estruturais foi entregue ao Presidente do Eurogrupo
e terá sido bem recebida. Recorde-se que a Grécia conseguiu a
extensão do programa por mais quatro meses, centrando-se no combate
à corrupção e à evasão fiscal.
Algumas
medidas do Syrisa foram incluídas no documento, designadamente
medidas de natureza social para combater a calamidade social que se
abateu sobre a Grécia, resultado directo das políticas de
austeridade tão queridas a políticos como Passos Coelho.
Este
é o resultado de uma abordagem inédita por parte dos dirigentes
políticos gregos que contaram com todas as adversidades e mais
algumas; este é o resultado que um Governo empenhado na defesa dos
interesses dos seus cidadãos. Este é também o caminho que nos pode
levar novamente à verdadeira essência da política - o bem comum.
Não estamos habituados; simplesmente já não estamos habituados a políticos empenhados em defender os interesses dos
cidadãos, ao invés de agirem, descaradamente, como representantes
da finança e afins.
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