O
que fazer com um país que ainda não se livrou totalmente da
religião, do caciquismo e do obscurantismo, embora tenha passado, em
larga medida para o jugo da plutocracia e da corrupção?
As
coisas não acontecem por mero acaso, é um cliché, mas
simultaneamente uma verdade. É neste contexto em que ainda vigora a
influência excessiva do padre e do cacique, acrescida de uma casta
plutocrata, até larga medida ignorante e amiúde corrupta; é com
este enquadramento que se espera o país se desenvolva?
Recorrendo
ao vocabulário religioso, milagres não existem, apenas um conjunto
de evidências que são também justificações e que explicam o
nosso atraso.
Em bom rigor, mesmo que não vivêssemos escravos da dívida incomensurável e impagável, continuaríamos a sentir dificuldades em trilhar o caminho do desenvolvimento e com a agravante de agora termos responsáveis políticos nada interessados em trilhar esse referido caminho.
Assim, a educação, a cultura, a ciência e a tecnologia parecem luxos para os quais - dizem-nos - não há dinheiro para pagar. Como trilhar o caminho do desenvolvimento sem educação, cultura, ciência e tecnologia? Simplesmente não é possível.
Em bom rigor, mesmo que não vivêssemos escravos da dívida incomensurável e impagável, continuaríamos a sentir dificuldades em trilhar o caminho do desenvolvimento e com a agravante de agora termos responsáveis políticos nada interessados em trilhar esse referido caminho.
Assim, a educação, a cultura, a ciência e a tecnologia parecem luxos para os quais - dizem-nos - não há dinheiro para pagar. Como trilhar o caminho do desenvolvimento sem educação, cultura, ciência e tecnologia? Simplesmente não é possível.
No
passado desprezámos a importância da cultura, educação, ciência
e tecnologia, com escassas e honrosas excepções; hoje dizem-nos que
essas áreas são luxos que não nos são permitidos. Verdadeiramente
não sairemos do país da religião, do caciquismo, da plutocracia,
da corrupção, do obscurantismo, e de um modo geral, da ignorância.
O
que fazer então? Desde logo livrar-nos
daqueles que querem manter o actual estado de coisas; não permitir
que insistam na tese de que não temos futuro; não vivermos
condicionados por uma dívida que simplesmente não podemos pagar e,
sobretudo, não nos resignarmos nem admitirmos que nos tirem as
conquistas sociais que ainda assim transformaram, embora
de forma manifestamente insuficiente, o
país. Querem-nos empobrecer até à alma. É imperativo dizer basta.
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