Depois
de anos de congelamento de salários dos funcionários públicos, de
cortes salariais e até de despedimentos, o Governo prepara-se para
aumentar alguns funcionários públicos, designadamente funcionários
da ministério das finanças, criando para o efeito uma carreira
especial. Para os outros mantêm-se os cortes, os congelamentos e
afins. Na Função Pública, uns são filhos e outros enteados.
Com
efeito, esta é mais uma medida que espelha a governação do
Executivo de Passos Coelho: tributação e amiúde perseguição ao
cidadão comum, deixando de fora a verdadeira fuga aos impostos
através de off-shores e expedientes similares. Para tal, são
necessários funcionários de finanças que executem essa perseguição
tantas vezes atroz e nada consonante com a própria democracia.
Os
filhos - executantes - terão direito a aumentos; para os outros
restam promessas de reposição gradual de salários, depois de anos
de sacrifícios.
Ficamos
assim com mais uma ideia de qual o conceito de Estado para este
Governo: não serão os médicos, professores e outros funcionários
públicos a merecer consideração, mas aqueles que executam uma
perseguição vergonhosa aos cidadãos.
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