O desfecho das eleições primárias
do PS foi o esperado: António Costa venceu sem grandes dificuldades.
Muitos dos simpatizantes que deram um
forte contributo para a eleição de Costa votaram precisamente por
reconhecerem em Costa a capacidade de vencer Passos Coelho e Paulo
Portas. Dito por outras palavras, quem se inscreveu fê-lo com o
objectivo de contribuir para a derrota da dupla acima referida nas
eleições do próximo ano. António Costa muito provavelmente
acertou quando afirmou que o dia da sua vitória corresponde
simultaneamente aos últimos dias do Governo de Passos Coelho.
Todavia, António Costa é uma
incógnita. Sobre os assuntos decisivos para o futuro do país pouco
se sabe do pensamento do novo líder do Partido Socialista. Sobre a
dívida e sobre uma possível reestruturação da mesma, não se
conhece sequer a orientação de António Costa. Fugiu sempre a esta
discussão, com subterfúgios de circunstância, mas sem essa
discussão andamos a marcar passo enquanto a situação económica do
país continua a deteriorar-se.
A ver vamos como será feita esta
discussão e qual o pensamento de Costa. De qualquer modo a dívida e
o que fazer com ela é um assunto central que não pode ser adiado
por parte de quem se propõe liderar o PS e o país. A ver vamos.
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