Tem sido notícia a possibilidade de um acordo
político na Ucrânia que dê origem a eleições presidênciais antecipadas, a
uma reforma constitucional e eventualmente a um governo de coligação.
Se esta notícia se confirmar, o país poderá assistir a um apaziaguamento
cada vez mais premente.
Todavia, mesmo que o actual presidente promova este acordo e que a oposição aceite, a estabilidade poderá ainda estar longe de ser uma realidade.
A complexidade das razões que subjazem aos protestos e agora conflitos tem sido simplificada de modo faccioso pela comunicação social ocidental e pela comunicação social russa, o que poderá levar a crer que a solução para a Ucrânia é também ela simples.
A divisão entre a parte ocidental e parte oriental da Ucrânia acentuou-se dramaticamente nos últimos meses e sejamos realistas: a Rússia quer manter a sua influência na zona, não estando Putin disposto a abrir um precedente com a Ucrânia e a Europa, sobretudo a Alemanha, pretende estender a sua influência, em particular económica, àquele país.
Pelo meio há manifestantes que de facto procuram lutar por melhores condições de vida num país pobre que sofreu sobremaneira com a crise de 2008. Entre os manifestantes há quem rejeite a influência russa que traz à memória tempos pouco auspiciosos; há quem se insurja contra a oligarquia que domina o país e contra a corrupção; mas também há uma facção (provavelmente dominante) que tem como raíz uma ideologia de extrema-direita, apoiada por partidos que professam essa ideologia. Esta preponderância da extrema-direita, não raras vezes com ligações a partidos de extrema-direita de outros países europeus (França, Inglaterra e Hungria), deve ser analisada com preocupação.
De resto, importa não esquecer que há uma aparente e temporária coesão entre os partidos da oposição que parecem actuar em bloco contra o actual Presidente, Porém, essa coesão não será também ela duradoura e mesmo entre os manifestantes há cisões entre apoiantes de esquerda e os tais manifestantes de extrema-direita.
Em consequência, a estabilidade do país, mesmo com a existência de um acordo entre o actual Presidente e a oposição, poderá muito bem ser uma miragem. Entretanto espera-se bom senso por parte dos Estados Unidos e União Europeia, por um lado, e da parte da Rússia,por outro - um contexto mais próprio da guerra fria do que dos tempos actuais.
Todavia, mesmo que o actual presidente promova este acordo e que a oposição aceite, a estabilidade poderá ainda estar longe de ser uma realidade.
A complexidade das razões que subjazem aos protestos e agora conflitos tem sido simplificada de modo faccioso pela comunicação social ocidental e pela comunicação social russa, o que poderá levar a crer que a solução para a Ucrânia é também ela simples.
A divisão entre a parte ocidental e parte oriental da Ucrânia acentuou-se dramaticamente nos últimos meses e sejamos realistas: a Rússia quer manter a sua influência na zona, não estando Putin disposto a abrir um precedente com a Ucrânia e a Europa, sobretudo a Alemanha, pretende estender a sua influência, em particular económica, àquele país.
Pelo meio há manifestantes que de facto procuram lutar por melhores condições de vida num país pobre que sofreu sobremaneira com a crise de 2008. Entre os manifestantes há quem rejeite a influência russa que traz à memória tempos pouco auspiciosos; há quem se insurja contra a oligarquia que domina o país e contra a corrupção; mas também há uma facção (provavelmente dominante) que tem como raíz uma ideologia de extrema-direita, apoiada por partidos que professam essa ideologia. Esta preponderância da extrema-direita, não raras vezes com ligações a partidos de extrema-direita de outros países europeus (França, Inglaterra e Hungria), deve ser analisada com preocupação.
De resto, importa não esquecer que há uma aparente e temporária coesão entre os partidos da oposição que parecem actuar em bloco contra o actual Presidente, Porém, essa coesão não será também ela duradoura e mesmo entre os manifestantes há cisões entre apoiantes de esquerda e os tais manifestantes de extrema-direita.
Em consequência, a estabilidade do país, mesmo com a existência de um acordo entre o actual Presidente e a oposição, poderá muito bem ser uma miragem. Entretanto espera-se bom senso por parte dos Estados Unidos e União Europeia, por um lado, e da parte da Rússia,por outro - um contexto mais próprio da guerra fria do que dos tempos actuais.
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